O desconfinamento em Portugal tem sido globalmente visto como um sucesso, mas, às portas da capital, soou o alerta.
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Lisboa, temos um problema. Ou, mais concretamente: Amadora, Odivelas, Sintra, Loures e Lisboa, temos um problema. É nestes cinco concelhos que se situam as 19 freguesias que, esta quinta-feira, ficaram a saber que, a 1 de julho, não saem do estado de calamidade pública.
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O portador da notícia foi o primeiro-ministro, António Costa, que depois do Conselho de Ministros desta quinta-feira anunciou as medidas decididas pelo Governo para tentar conter o surto de novos casos de Covid-19 que, só esta quinta-feira, foi responsável por mais de 70% do total de casos registados esta quinta-feira.
Com o país a desconfinar, o controlo vai apertar em todas as freguesias da Amadora e de Odivelas, em Queluz-Belas, Massamá-Monte Abraão, Agualva-Mira Sintra, Algueirão-Mem-Martins, Rio de Mouro, Cacém-São Marcos (Sintra), Camarate, Unhos, Apelação e Sacavém-Prior Velho (Loures) e na freguesia de Santa Clara, em Lisboa.
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Afinal, o que muda?
A principal novidade para estas 19 freguesias é o regresso do dever cívico de recolhimento domiciliário. Ou seja, cada cidadão deve manter-se em casa e sair apenas para ir trabalhar, fazer compras, prestar apoio a familiares ou ir à escola. Sobre este último ponto, o primeiro-ministro gracejou até: "Ninguém se escapa aos exames por viver numa freguesia em estado de calamidade."
Feiras e mercados de levante também são para esquecer, uma vez que voltam a estar probidos.
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É nos limites aos ajuntamentos que surge uma das medidas que revela maior aperto: o limite máximo nestas freguesias é de cinco pessoas, um número que contrasta com os dez da Área Metropolitana de Lisboa e com os 20 aplicados ao resto do continente.
Para controlar todas estas novas regras há, como é natural, um reforço da vigilância por parte de equipas conjuntas da Proteção Civil, Segurança Social e Saúde Comunitária. Também os comandantes da PSP e da GNR ficam com a tarefa de elaborar novos planos de vigilância que garantam o cumprimento das regras.
Às regras específicas para estas 19 freguesias juntam-se ainda as que vão ser aplicadas à Área Metropolitana de Lisboa. como o encerramento de estabelecimentos comerciais às 20h, exceto restaurantes para serviço de refeições e take-away, super e hipermercados (que passam a fechar às 22h), posto de abastecimento de combustíveis, clínicas, consultórios e veterinários, farmácias, funerárias e equipamentos desportivos.
As estações de serviço e bombas de gasolina estão ainda proibidas de vendar álcool, que não pode também ser consumido na via pública.
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