Há mais de cem pedreiras abandonadas em Évora. A lista de locais perigosos é longa
O sindicato dos trabalhadores das indústrias da construção e mármores do sul e a associação de técnicos de segurança e proteção civil alertam para a prevalência de locais abandonados potencialmente perigosos.
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Só no distrito de Évora há mais de uma centena de pedreiras abandonadas, denuncia o sindicato dos trabalhadores das indústrias da construção e mármores do sul.
Em declarações no Fórum TSF, conduzido por Manuel Acácio, Nuno Gonçalves exige um levantamento destas situações.
"É um perigo eminente para quem lá passa e para os trabalhadores", alerta.
Muitas pedreiras que pararam durante a crise financeira retomaram ao trabalho sem condições de segurança adequadas, alerta ainda.
"Algumas estão a funcionar com condições preocupantes", incluindo com gruas sem manutenção e guarda-corpos danificados ou inexistentes.
Também no Fórum TSF, Ricardo Ribeiro, presidente da associação de técnicos de segurança e proteção civil, garantiu que este não é caso único.
"Há uma série de problemas deste tipo em Portugal que não estão a ser tratados com a devida importância e cautela", alerta.
É o caso de "fábricas abandonadas, minas desativadas, bombas de gasolina desativadas, estradas que estão paredes meias com precipícios".
Pelo menos duas pessoas morreram no deslizamento de terras que esta segunda-feira provocou o abatimento da antiga estrada nacional entre Borba e Vila Viçosa.
As autoridades desconhecem, para já, o número de pessoas desaparecidas, mas sabe-se que uma retroescavadora e duas viaturas foram arrastadas para o interior da pedreira com 50 metros de profundidade.
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