O Porto foi palco, esta manhã, de uma ação simbólica com o objetivo de esclarecer e informar sobre vários mitos generalizados em relação à União Europeia. Entre as ideias que não correspondem à verdade, Bruxelas destaca a proibição da venda de bolas-de-berlim nas praias, ou a proibição do brinde no Bolo-Rei.
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Para chamar a atenção, com um exemplo prático, foram oferecidas bola-de-berlim, na Avenida dos Aliados, no Porto. Carolina Branco distribui várias, sem descanso.
"As caixas estão quase a acabar. Cada uma tem vinte bola-de-berlim."
Filipa Carrilho explica a quem está na fila, o objetivo da ação simbólica, distribuindo um panfleto, onde é explicado que a venda deste produto alimentar nas praias não foi proibido pela União Europeia.
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Raquel Gomes, chefe de imprensa da Comissão Europeia em Portugal, desfaz alguns dos mitos. "Não é proibido vender bolas de Berlim na paria, não foi a Comissão Europeia quem proibiu brinde no bolo-rei, o YouTube não vai acabar".
Para terminar com este e outros equívocos, a Comissão Europeia quer esclarecer e informar sobre mitos falsos. É que apesar de haver cada vez mais informação, não existem cidadãos mais esclarecidos sobre algumas decisões de Bruxelas.
Com exemplos do quotidiano, Raquel Gomes sublinha a importância de desmascarar notícias falsas, relembrando a proximidade de eleições e os resultados de um inquérito recente do Eurobarómetro, que indicava que "83% das pessoas interrogadas declararam que as notícias falsas representam um perigo para a democracia. Os inquiridos estão particularmente preocupados com a desinformação intencional que visava influenciar as eleições e as políticas de imigração. O inquérito realçou igualmente a importância dos meios de comunicação social de qualidade: os inquiridos consideram que os meios de comunicação social tradicionais constituem a fonte de notícias mais fiável (rádio 70%, televisão 66%, imprensa 63%). As fontes de notícias online e os sítios Web de vídeos são as fontes noticiosas que registam os índices de confiança mais baixos, de 26% e 27%, respetivamente".
No passeio, a fila para chegar à pequena carrinha estacionada, junto ao edifício da Câmara Municipal do Porto, era contínua. António Barata chega de bicicleta, equipado a rigor, e a chamar a atenção também para a poluição nos oceanos.
Maria Faria junta-se à fila, sem saber o objetivo de quem lhe vai oferecer uma bola-de-berlim, "ali diz Bruxelas, será que é para mudar o nome?".
Cristóvão Correia elogia a ação simbólica da Comissão Europeia, porque considera ser "mais pedagógico aprender desta forma, mais informal, do que ler notícias e ver televisão".
António Ferreira segura uma caixa de camarão cozido numa mão, para receber com a outra, uma bola-de-berlim. O ouvido atento de manhã cedo trouxe-o até aqui, "porque ouvi na rádio. Acho importante as pessoas estarem informadas e votarem em eleições europeias".
Maria Gonçalves, com um saco de plástico, onde trazia uma caixa de plástico para guardar a oferta, pediu dois panfletos e duas bolas, mas só teve sorte com os panfletos. A bola vai ter de a dividir.