O secretário-geral das Nações Unidas apelou à Europa que defenda o multilateralismo, o pluralismo e a tolerância.
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O secretário-geral das Nações Unidas insistiu na necessidade imperiosa de uma agenda multilateral "nestes tempos de grande ansiedade e desordem geopolítica", e argumentou que a União Europeia tem uma responsabilidade acrescida na sua defesa, até por ser "pioneira, mas também um posto avançado do multilateralismo e o primado do direito", valores cada vez mais postos em causa nos dias de hoje.
"Como secretário-geral das Nações Unidas, nunca senti tão claramente a necessidade de uma Europa forte e unida", afirmou António Guterres.
Guterres admitiu que esta quinta-feira foi "um dia especial" em Aachen [Alemanha], onde recebeu o Prémio Carlos Magno, e disse sentir reforçada a esperança de que a Europa possa contribuir para um mundo melhor.
"Com certeza que é um dia especial. Não é todos os dias que temos a oportunidade de estar numa cidade com 12 séculos de história e de sentir aqui tão profundamente a herança europeia, que nos dá a esperança de que a Europa possa ser melhor no futuro e ajudar a construir o mundo de que precisamos", declarou, enquanto era saudado pelos populares à saída da Câmara de Aachen, onde recebeu o galardão.
No seu discurso após receber o prestigiado prémio internacional pela sua defesa do modelo europeu de sociedade, do pluralismo, tolerância e diálogo, Guterres apelou à Europa que defenda com mais vigor o multilateralismo, atualmente "debaixo de fogo", e garantiu que, pela sua parte, continuará a defender de forma apaixonada o pluralismo e a tolerância.