"Idosos precisam de ver um sorriso." Lares deveriam permitir visitas "a 18 de maio"
O presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade defende que é importante combater o abandono da terceira idade residente em lares, mas deixa sugestões para um plano concreto para o possibilitar.
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Os idosos residentes em lares e instituições não recebem visitas há mais de um mês e meio, mas o presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade conta à TSF que está a traçar um plano concreto para pôr fim ao isolamento destas pessoas.
Lino Maia quer ver fixada uma data para que estes contactos sejam retomados. "O facto de não se estar ainda a avançar com uma data para a retoma de visitas pode parecer uma forma de estarmos a abandonar os nossos idosos", alerta o representante das instituições de solidariedade social.
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Desde 6 de março, as visitas são proibidas, e Lino Maia considera que "as instituições têm cumprido as proibições religiosamente", pelo que defende que, também no regresso às visitas, todas as precauções e condições de segurança tenham de ser acauteladas. "É importante que em todos os lares haja uma sala em que seja possível o distanciamento: pondo-se uma mesa ao meio, entre o visitante e o visitado", sugere o presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade.
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Lino Maia ainda acrescenta a estas normas a obrigatoriedade de os visados realizarem, antes do contacto, os testes à Covid-19. "Estão a ser realizados a bom ritmo", garante, sobre os procedimentos que têm abrangido os lares de várias regiões do país. O responsável da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade também refere que as visitas devem ser feitas à vez, para evitar a simultaneidade.
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Na perspetiva de Lino Maia, aos utentes dos lares é transversal a sensação de abandono. "Os idosos precisam de partilhar uma lágrima e de ver um sorriso, precisam de encontrar algum familiar. É importante que pelo menos avancemos com uma data a partir da qual isso seja possível."
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Arriscar uma data, no entanto, não é fácil, reconhece Lino Maia. "A data deveria ter sido 3 de maio, porque era o dia da mãe. Era desejável, mas não era possível. Pelo menos a 18 de maio, quando reabrem creches... Era uma forma simpática de comunhão, não de contacto intergeracional, mas de cuidados atendidos ao mesmo tempo."
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