A cidade avista sinais de esperança depois do surto que já levou 18 vidas.
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Reguengos de Monsaraz foi o concelho mais afetado pela pandemia na região sul. Soma 18 mortes e 170 infetados, mas há sinais de esperança, que já convidam os mais idosos a irem aos cafés. Há 14 dias que não se registam novos casos, enquanto 88 pessoas já recuperaram. O turismo ainda acredita que pode salvar o verão.
A população de Reguengos de Monsaraz tenta retomar a normalidade possível perante o mais recente anúncio do presidente da autarquia, José Calixto, quando o número de recuperados superou os casos positivos. "É um marco que hoje é completado com o facto de já haver mais pessoas curadas do que casos ativos na comunidade e no lar da fundação", sublinha o autarca.
Há agora 97 pessoas recuperadas perante 55 casos ativo, depois de a pandemia ter conhecido por aqui o maior pesadelo a sul do país, com um surto de Covid-19 no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, que provocou 18 mortes, a última das quais ontem.
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Ainda assim, José Calixto aguarda mais pacientes recuperados para breve, admitindo que todos os casos que estão a ser acompanhados num lar de retaguarda "estão controlados", traduzindo "uma preocupação menor", embora alerta para a "ansiedade de os queremos todos curados rapidamente".
E os 14 dias sem novos casos convencem mesmo os mais idosos a regressarem à rua. José Santos, de 82 anos, saiu de casa para ir ao café comer uma "sandes mista", justificando que já se sente "mais seguro", ressalvando que "as pessoas devem manter o distanciamento e ter todos os cuidados".
O turismo é que continua em baixa, registando uma quebra entre os 65 a 70%, segundo as contas de Francisco Godinho, dono da Casa Saramago com Monsaraz à vista. Tem esperança que as boas notícias ainda salvem o verão, mas sabe que não vai ser fácil. "Já estamos com uma percentagem de reservas entre 50 e 60%. Mas não estou muito convicto de que isto vá melhorar, porque as pessoas que desistiram (após o surto de Reguengos) já estão marcar noutros sítios. E esses já não vêm", resume.
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Também os oleiros de São Pedro do Corval, a meio caminho entre Reguengos e Monsaraz esperam por melhores dias. O surto no lar agravou a ausência de clientes e as encomendas foram canceladas, tal como os trabalhos que estavam agendados para este verão, como revela o oleiro Fernando Carteiro.
"Na loja ainda se vendia qualquer coisa, mas quando aconteceu aquilo começaram logo a passar aqui menos carros e nem param", lamenta.
A câmara tem a intenção de compensar a crise já para 2021 com a realização de dois eventos internacionais ligados ao enoturismo e a água.
Notícia atualizada às 13h00