Imobiliárias querem cumprir visitas agendadas a imóveis. Preços de casas de luxo desceram
Decisivo para a recuperação económica, o setor imobiliário não quer parar por completo, mas começar a posicionar-se para o tempo pós-pandémico. Os mediadores imobiliários escreveram aos órgãos de soberania para poderem realizar visitas aos imóveis.
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Os mediadores de imobiliárias querem poder mostrar as casas à venda, ou, pelo menos, concretizar as visitas que já se encontravam agendadas. O setor imobiliário escreveu mesmo uma carta aberta ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao ministro da Economia.
A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária garante que vai seguir as regras da Direção-geral da Saúde em todas as mostras. Luís Lima, presidente da associação, garante, em declarações à TSF, que já reuniu três mil assinaturas na carta endereçada a Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Siza Vieira. Luís Lima assinala que é "difícil concretizar negócios sem visita física" e com o "país fechado".
"Se no início ainda se podia fazer alguma coisa, devido a serem investidores, neste momento, com um mercado que é praticamente o mercado interno", a situação é outra, conta o presidente da associação que representa os mediadores imobiliários. "Gostava que alguém me dissesse como é que alguém consegue, quando vai tomar a decisão da sua vida, que é comprar uma casa, o vai fazer sem a ver fisicamente como ela é. Isso é quase impossível", argumenta.
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Luís Lima assegura que os mediadores não pedem para ter as portas abertas, mas para "poder funcionar por marcação, como outros setores". O momento de crise é pouco propício a negócios mas o setor quer desde já posicionar-se para o pós-pandemia.
As imobiliárias querem "marcar uma posição" porque, "quando houver vida - e há de haver, com certeza - além da Covid", almejam estar entre os que "podem logo funcionar", explica ainda Luís Lima. "O nosso setor é muito importante para a economia. Não queremos nenhum privilégio, queremos ser tratados por igual." Até porque, justifica, trata-se do setor que ajudou na superação da crise anterior.
Dados citados esta segunda-feira pelo jornal Público referem uma queda dos preços de venda e arrendamento de imóveis no último trimestre de 2020. Luís Lima considera que tal se deve a baixas nas casas mais caras, e lamenta que os preços em Portugal continuem demasiado altos para o cidadão comum. Poderá, no entanto, continuar a haver ajustes, sobretudo nos imóveis mais caros.
"No mercado alto, pode haver um acerto de preço. Eu não considero desvalorização, mas os preços irem para o valor real de mercado." Luís Lima afiança que estes negócios constituem um nicho de mercado, onde não há uma grande procura.
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