"Implica paragens." Indústria cerâmica espera perturbações devido a corte no gás natural
A Comissão Europeia pediu que os estados-membros reduzam em 15% o consumo de gás natural a partir de agosto. Portugal e Espanha rejeitam o corte e, em declarações à TSF, José Luís Sequeira, o presidente da APICER admite perturbações se a medida for aprovada.
Corpo do artigo
A indústria cerâmica admite que, se for preciso, terá mesmo de acomodar um corte de 15% no consumo de gás natural. Para já, apesar dos apelos de Bruxelas à solidariedade ibérica, os governos de Madrid e de Lisboa rejeitam o corte.
Em entrevista ao Expresso, o secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba afirmou que "Portugal é contra esta proposta da Comissão, porque ela não tem em atenção as diferenças entre países."
TSF\audio\2022\07\noticias\21\jose_luis_sequeira_gas
O gás natural representa 25 a 40% dos custos da indústria cerâmica. Em entrevista à TSF, José Luís Sequeira, o presidente da APICER - Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica e Cristalaria - admite que encaixar os novos preços "na laboração normal, não é possível", mas se tiver de ser feito, vão existir perturbações.
"Implica paragens, que já têm existido porque aos preços que o gás natural está, é impossível a manutenção da laboração em condições normais", explica.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen apresentou esta quarta-feira um plano focado na "redução" do consumo de gás na União Europeia. As medidas dirigem-se à indústria e também aos consumidores domésticos.