"Estado pode ser mais generoso." Confederações apelam à descida de impostos sobre famílias e empresas
No Fórum TSF, os presidentes da Confederação Empresarial de Portugal e da Confederação dos Agricultores de Portugal defenderam que o Governo deve introduzir algum alívio fiscal a empresas e famílias.
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O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) apelaram ao governo para baixar os impostos sobre as famílias e empresas.
No Fórum TSF, que debateu o aumento da inflação, António Saraiva, da CIP, defendeu que numa altura em que o executivo arrecada mais receita com a subida dos preços, tem margem para introduzir algum alívio fiscal.
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"Entre janeiro e maio, a receita do IVA aumentou mais de 25% face ao mesmo período do ano passado, muito acima da previsão orçamental", referiu, pelo que o estado "poderia ser um pouco mais generoso, porque quanto mais a inflação vai subindo acima das previsões, mais folga o orçamento ganha."
António Saraiva deu conta dos resultados de um inquérito realizado na última semana que mostra a situação da indústria no atual cenário.
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"Em mais de metade das empresas [56%], o aumento dos seus custos operacionais foram, desde o início do ano, de 15% e, para algumas delas - cerca de 9% dos inquiridos - o aumento foi superior a 50%", explicou o presidente da CIP.
Também ouvido no Fórum TSF, o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, faz o mesmo apelo de redução de impostos, mais concretamente do IVA sobre os produtos agrícolas.
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"O IVA dos produtos agroalimentares já é pequeno, está na taxa reduzida de 6%, mas, mesmo assim, se o Governo alterasse essa taxa ou a retirasse durante um período, já era uma ajuda que se revertia diretamente às famílias", apelou.
A restante carga fiscal, de acordo com Oliveira e Sousa, "não diretamente sobre o IVA, terá de ser abordada para permitir às empresas destinarem os recursos financeiros ao acréscimo dos custos dos fatores de produção e também à necessidade de fazer face a algum crescimento salarial".
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira que decidiu proceder a um aumento de 50 pontos base das suas três taxas de juro diretoras, o primeiro aumento em 11 anos. A subida foi justificada com a necessidade de controlar a pressão sobre os preços durante os próximos dois anos.