"Injusto e grande ilusão." Diretores escolares querem mudança de critérios nos rankings
Em declarações à TSF, Filinto Lima considera que há três aspetos essenciais a ter em conta: explicações, estabilidade no corpo docente e número de aulas (tendo em conta a escassez de professores)
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O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas defende, em declarações à TSF, uma mudança de critérios no Ranking das escolas, esta sexta-feira conhecido, para acabar com “grande ilusão” e “injustiça”.
Para Filinto Lima, há três aspetos essenciais a ter em conta: explicações, estabilidade no corpo docente e número de aulas. Em primeiro lugar, porque “há muitos alunos, quer do público, quer do privado, que têm bons resultados nos exames, porque recorrem a apoio fora da escola” e, em segundo, porque há estabelecimentos de ensino "que todos os anos mudam quase radicalmente de professores devido aos concursos", explica.
“Outro critério que deve ser usado é o do número de aulas que os alunos têm às disciplinas e a escassez de professores”, acrescenta.
Por isso, Filinto Lima acredita: “Se nós usarmos esses critérios, podemos ter agradáveis surpresas.”
Comparar escolas simplesmente usando um único critério é injusto para as escolas que ficam em último lugar e uma grande ilusão.
O ranking em causa mostra que os alunos dos colégios continuam a ter melhores resultados nos exames do secundário, com a primeira pública a surgir apenas em 33.º lugar de uma tabela nacional em que os estabelecimentos públicos localizados no norte ficam melhor na fotografia.
Por sua vez, na leitura do diretor-executivo da Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo, ouvido pela TSF, “as escolas privadas não podem não ter resultados cada vez melhores”.
Rejeitando os três critérios mencionados por Filinto Lima, Rodrigo Queirós e Melo realça que a questão passa, sim, por um “sistema de incentivos em Portugal”, quase inexistente na rede estatal.
