"Investigação é isso apenas." Marcelo segura Medina após buscas da PJ na Câmara de Lisboa
O Presidente da República defendeu que o facto de haver qualquer investigação sobre alguém não implica necessariamente consequências como a perda de autoridade política para um cargo público.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, segurou o ministro das Finanças, Fernando Medina, depois de ter sido noticiado na quarta-feira pela CNN que a Polícia Judiciária fez buscas na Câmara de Lisboa por suspeitas de corrupção numa nomeação para prestação de serviços assinada em 2015 pelo então presidente da autarquia.
Questionado à margem de uma iniciativa da Presidência, o chefe de Estado disse que o facto de haver qualquer investigação sobre alguém não implica necessariamente consequências como a perda de autoridade política para um cargo público.
"Não queria falar do caso concreto, mas o facto de haver qualquer tipo de investigação ou outro procedimento sobre alguém é isso apenas. Ponto. Deve haver imensas pessoas com responsabilidades públicas aos vários níveis que são objeto dessa investigação", defendeu Marcelo.
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Quebrando a regra de, nestas iniciativas, falar no fim e não no início, o Presidente da República voltou ao questionário do Governo. Interpretando, nomeadamente, as declarações de António Costa, que na quarta-feira afastou a necessidade de atuais governantes preencherem o novo questionário.
Para Marcelo, mantém-se a posição: é óbvio que questionário se aplica.
"O que o primeiro-ministro quis dizer foi: 'neste momento, somando a declaração de rendimentos e património apresentada pelos membros do Governo, com aquilo que sei sobre eles, não tenho dúvidas de que não teriam problemas em responder ao questionário se fosse necessário'. O que interessa não é o problema jurídico, esse é um debate que não vale a pena, é óbvio que aplica no sentido em que faz parte do bom senso cívico. Se a questão é levantada ou a pessoa sabe, ganha em esclarecer", acrescentou o Presidente da República.
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A Câmara Municipal de Lisboa confirmou na quarta-feira a realização de buscas no departamento de Urbanismo da autarquia, mas remeteu mais esclarecimentos para as autoridades judiciais.
Em declarações à TVI, Fernando Medina disse não ter conhecimento de qualquer investigação, acrescentando apenas que "os processos de contratação da Câmara Municipal de Lisboa eram instruídos pelos serviços competentes para contratação, no cumprimento das normas aplicáveis".