Investigações em saúde. Cinco jovens cientistas recebem Prémio Maria de Sousa
Distinção visa apoiar investigadores com idade igual ou inferior a 35 anos, em projetos de investigação na área das Ciências da Saúde.
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Lupus, Alzheimer, restrição de crescimento fetal, resistência e sensibilidade à terapia no cancro gástrico e stress crónico são as áreas distinguidas na 3.ª edição do Prémio Maria de Sousa, que é entregue esta tarde e premeia cinco jovens investigadores portugueses.
Esta distinção presta homenagem à médica Maria de Sousa e visa apoiar investigadores com idade igual ou inferior a 35 anos, em projetos de investigação na área das Ciências da Saúde.
Miguel Castelo Branco faz parte do júri e é diretor do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional da Universidade de Coimbra. À TSF, revela os trabalhos premiados.
"Há um trabalho na área da autoimunidade com grande relevância numa doença que é o lúpus. A vencedora é Inês Alves, da área da bioquímica. Depois temos trabalhos na área das neurociências, um trabalho do Nuno Dinis Alves, que é bioquímico, na área da serotonina e estuda a importância da serotonina para a flexibilidade cognitiva e as implicações para o stress crónico. Entre os premiados também temos médicos, como Catarina Palma dos Reis, cuja entidade de acolhimento é a maternidade Alfredo da Costa, com um projeto de estudo sobre o crescimento fetal ligado às vesículas derivadas da placenta. Temos ainda um outro projeto, também de interesse clínico mas na área da oncologia, é de João Neto, do i3S, Universidade do Porto, tem um projeto sobre a resistência e sensibilidade à terapia no cancro gástrico HER2 - positivo através de ensaios pangenoma de CRISPR. Temos ainda da Universidade do Minho, Sara Calafate, que está a estudar o papel de um tipo de células que existe no sistema nervoso, a microglia na doença de Alzheimer em relação ao sistema de sono."
Os cinco jovens investigadores portugueses têm menos de 35 anos. Miguel Castelo Branco diz que a ciência em Portugal vive um momento difícil e este prémio também visa reter o talento nacional. "Estamos a viver um momento difícil para a ciência em Portugal, porque não temos calendários bem definidos e este prémio tem um calendário bem definido. É uma oportunidade imensa para jovens investigadores, o espírito do prémio é motivar jovens investigadores para fazer investigação de excelência e reter o talento, as pessoas perceberem que há oportunidades no nosso país para fazer investigação de excelência."
O prémio Maria de Sousa é promovido pela Ordem dos Médicos e pela Fundação Bial, tendo sido criado em homenagem à médica e investigadora portuguesa Maria de Sousa (1939-2020).
O prémio tem o valor global de 150 mil euros e inclui um estágio num Centro internacional de Excelência.
A cerimónia de entrega do Prémio Maria de Sousa realiza-se esta tarde, em Lisboa, e será presidida pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.