Emergência até maio. "Isto não é um jogo entre o Governo que impõe restrições e quem foge à polícia"
António Costa afirmou que o Governo partilha o entendimento do Presidente da República no sentido do prolongamento do estado de emergência até ao final do desconfinamento.
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O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira que a pandemia "não é um jogo entre o Governo que impõe restrições para chatear e as pessoas que tentam contornar as restrições fugindo à polícia." "A melhor forma é cada um de nós cumprir a lei por si próprio", sublinhou.
António Costa visitou, esta tarde, as obras de requalificação na Escola Secundária Camões, em Lisboa, acompanhado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, onde admitiu que, após a crise, "vai haver um "melhor ensino e melhores escolas".
Questionado sobre o facto de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter admitido na segunda-feira que o estado de emergência poderia prolongar-se pelo mês de maio, o líder do executivo concordou com essa perspetiva.
Na resposta, António Costa começou por salientar que a iniciativa de decretar o estado de emergência pertence ao Presidente da República, cabendo à Assembleia da República dar a autorização.
"Até ao final do desconfinamento deve manter-se o estado de emergência", disse.
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"Estamos no caminho certo, as coisas estão a correr bem", afirmou também, acrescentando que "só correm bem se a disciplina for mantida".
"Sabemos que a cada passo que damos mais cuidado temos de ter", garantiu o primeiro-ministro.
"83% dos maiores de 80 anos vacinados até ao final da semana"
António Costa reforçou aquilo que já foi dito pelo vice-almirante Gouveia e Melo sobre a vacinação: "Até ao final desta semana teremos 83% dos maiores de 80 anos vacinados, estamos a andar bem e só não andamos mais depressa porque a distribuição da UE é insuficiente."
O primeiro-ministro adiantou que no próximo fim de semana vão ser vacinadas 80 mil pessoas em dois dias, referindo-se ao pessoal docente e não docente. "O ensaio que vamos fazer é não só um esforço muito grande para vacinar os profissionais da educação, mas também um primeiro teste para a capacidade de funcionamento dos postos de vacinação", admitiu.
"Funcionamento das escolas tem a ver com a igualdade de oportunidades"
Perante os jornalistas, o primeiro-ministro defendeu também o princípio de que exista um critério nacional para a abertura ou eventual encerramento de escolas, e frisou que esse mesmo princípio foi proposto pelos especialistas.
"Esse critério nacional para o funcionamento das escolas tem a ver com a igualdade de oportunidades e, por exemplo, tendo em conta que vários dos anos estão sujeitos a exames. Portanto, se não fosse assim, aumentariam as desigualdades, porque havia estudantes com aulas e outros sem aulas", justificou.
No entanto, de acordo com António Costa, este princípio "não exclui que, em caso de surto numa escola - como já houve no passado -, não haja uma intervenção pontual numa escola".
"Mas temos de trabalhar - e isso está nas mãos de todos nós - é para a pandemia se manter controlada", acrescentou.
Já sobre as condições de sanitárias para a realização das eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro e cuja marcação é uma competência do Governo, o primeiro-ministro recusou-se a abordar para já o assunto.
"As eleições autárquicas serão só em setembro. Teremos muito tempo para falar", disse.
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