O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, vaticinou hoje dever estar a acontecer alguma «coisa chata» por Lisboa por a Madeira estar a ser utilizada como «manobra de diversão».
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Ao discursar na inauguração de uma exploração agrícola no concelho da Ribeira Brava, Alberto João Jardim, sem aludir às investigações em curso promovidas pela Procuradoria-Geral da República às contas da Região, lembrou, no entanto, que «a Madeira costuma ser utilizada para manobras de diversão».
«Deve estar a acontecer qualquer coisa chata para Lisboa, está (a Madeira) a distrair aquela gente com coisas a nosso respeito», referiu.
O presidente do Governo Regional admitiu também poder tratar-se do que chamou de «comemorações abrileiras».
«Como sabem, o país tem um sistema político que falhou em toda a sua latitude e a prova que falhou é que o país está sob administração estrangeira, mas o folclore abrileiro aparece todos os anos com vários episódios para alegrar as massas e continuar fazer aos incautos parecer que isto tudo corre bem», afirmou.
Num comunicado, o DCIAP informa que instaurou um inquérito a 28 de setembro do ano passado relativo às «denominadas 'contas da Madeira'».
«Após diversas diligências de investigação, mostrou-se necessária a realização de outras a levar a cabo na cidade do Funchal», adianta o DCIAP, explicando que para a sua execução este departamento «nomeou órgão de polícia criminal o Comando Territorial da GNR na Madeira».
Segundo o DCIAP, hoje decorrem «diligências de busca e apreensão e durante toda a semana decorrerão outras diligências complementares de investigação».
«As diligências realizar-se-ão com a maior discrição possível, procurando evitar alarme social», informa ainda o DCIAP.
A 17 de setembro de 2011, a três semanas das eleições legislativas regionais, a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou a análise da suposta omissão da dívida da região, cujo inquérito-crime foi desencadeado uma semana mais tarde.
A decisão da PGR surgiu depois de o Instituto Nacional de Estatística e do Banco de Portugal terem divulgado um comunicado no qual dão conta de encargos financeiros assumidos pela Madeira que não foram nem pagos nem reportados.