Jerónimo de Sousa condena alinhamento do Governo «com os mais fortes» no processo grego

Gerardo Santos / Global Imagens
O secretário-geral do PCP considerou hoje que o acordo para o prolongamento da assistência financeira à Grécia mantém «orientações draconianas» para impor «medidas dolorosas» e condenou a posição do Governo português no processo de «alinhar com os mais fortes».
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Em declarações aos jornalistas no final de um encontro da Juventude Comunista, o líder comunista, Jerónimo de Sousa, disse não querer fazer «juízos precipitados» sobre o acordo alcançado sexta-feira pelo Eurogrupo, mas não deixou de criticar a imposição de critérios que impedem o povo grego de decidir o seu futuro de forma soberana.
«Aquilo é relevante é que depois de um processo de chantagem, a manutenção no essencial daquilo que são orientações draconianas para impor aos povos e, nomeadamente ao povo da Grécia, medidas profundamente dolorosas que impedem o desenvolvimento económico, a justiça social e que impedem a própria soberania», afirmou Jerónimo de Sousa.
Questionado sobre as notícias que apontam para a oposição de Portugal e da Espanha ao compromisso alcançado, o secretário-geral do PCP classificou a situação como «uma nódoa para o Governo português», que entrou «num espetáculo pouco digno». «O Governo português assumiu-se como o mais devoto defensor das orientações do Eurogrupo e particularmente da Alemanha e do seu ministro», criticou.
Jerónimo de Sousa argumentou, contudo, que tal posição da delegação portuguesa terá sido tomada para assegurar a própria sobrevivência do executivo de maioria PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, embora tal alinhamento com «os mais fortes» possa ser confundido com «subserviência».