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Há nele um sorriso prolongado, enquanto se ampara ao cajado de pastor dos agricultores que serviu no Oeste deste país.
Foi a 13 de julho de 1938 que Joaquim Luís Batalha nasceu e, este domingo, 13 de julho, a TSF faz notícia dos seus 87 anos, festejados pelas comunidades rurais por onde passou.
O lugar de Achada, no concelho de Mafra, cheirava, então, a barro molhado e ao trigo e centeio que chegavam à eira de João Batalha e de Maria Vicência. Foi no mesmo berço que este casal recebeu a prenda de 12 filhos, fruto de um amor maior…
De seu nome Joaquim, o caçula da família foi por indigitação dos irmãos mais velhos que aceitou, pacificamente, ir para o seminário, embora não soubesse muito bem o que era e para que servia…
Decisiva na sua vida de adulto foi a aproximação que fez aos movimentos rurais da Ação Católica que, através de uma pedagogia eficaz, sintetizada de forma, ainda hoje atrevida — ver, julgar e agir —, como quem olha mais longe e sente a vida mais profundamente.
Ordenado padre, em 1964, Joaquim Luís Batalha carregou as luzes estimulantes do Concílio Ecuménico Vaticano II, que terminou em 1965, e que o seu maior patrono, o papa João XXIII, corajosamente o entregou à humanidade. E foi na ideia de reforma da Igreja que o padre Batalha, aí, sempre, procurou inspiração.
Na senda de um novo rumo, com via aberta pelo cardeal António Ribeiro, Patriarca de Lisboa, três homens, Joaquim Martins, João Marcos e Teodoro de Sousa, três padres juntaram-se à locomotiva que Batalha tinha, em mãos, para a evangelização de Alenquer, do ano quente de 1975 a 1989.
O dinamismo gerado nestas terras através das paróquias e dos movimentos da Ação Católica Rural levou-o a projetar-se, em atos missionários, pela Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e Timor-Leste.
É longa a lista das paróquias que lograram ser inspiradas por este lavrador de pastoral ativa: Vila Chã de Ourique e Almoster, Merceana, Aldeia Gavinha, Ventosa, Olhalva, Meca, Pereiró de Palhacana e Ribamar, na Casa do Oeste, onde o padre Joaquim Batalha permanece, por ora, por motivos de saúde.
Aos 87 anos, este homem é ainda pároco da Lourinhã. As forças começam, entretanto, a quebrar-se, ainda que permaneçam as memórias dos tempos em que, além do altar, o padre Batalha ajudava os mais pobres e frágeis na pulverização dos campos e na apanha da azeitona.
Farol, o jornal, é a luz que, semanalmente, traz notícias e reflexões sobre a liturgia e a vida desta comunidade paroquial da Nossa Senhora de Monserrate, em Ribamar, assinadas pelo padre Batalha, amigo, missionário do Oeste, promotor de uma Igreja com sabor a povo e com cheiro a campo.