"Jorge amigo, o povo está contigo." Palma de ouro "enquanto houver estrada para andar"
Jorge Palma protagonizou um dos momentos altos do segundo dia do NOS Alive, edição 2023. Tenda cheia para ouvir o músico que, aos 73 anos, lançou "Vida", o novo trabalho em doze anos.
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Visivelmente emocionado, de mão no coração, Jorge Palma mostrou à tenda cheia do palco Heineken, no NOS Alive, como as boas canções e os melhores músicos são à prova do tempo e das estações e até dos recintos, sentindo-se em casa, seja em espaços mais íntimos, seja em pleno festival de verão.
Das novas "Estação do Inferno" ou "Vida" aos eternos "Cara de Anjo Mau," "Frágil," "Dá-me Lume" ou "Encosta-te a mim," Jorge Palma apresentou-se, aos 73 anos, de voz firme e mãos endiabradas fosse sobre as teclas do piano ou nas cordas da guitarra.
Em diálogo com o público, rendido desde o início quando recebeu o cantautor entoando o nome e aproveitando uma pausa para gritar "Jorge amigo, o povo está contigo," Palma arrancou com "Dormia tão sossegada," lançada no início do século, e não mais parou de desfiar canções imediatamente replicadas pelo público a quem agradeceu a presença.
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Fosse em temas mais serenos como "Estrela do Mar" ou mais trepidantes, como "Estroina," ancorado na banda que o acompanha (Vicente Palma, Pedro Vidal, Nuno Lucas, Gabriel Gomes e João Correia), Jorge Palma foi trocando de instrumentos, mostrando que, depois de ter dado mais de "70 voltas ao Sol," continua disposto a continuar "enquanto houver estrada para andar."
O tema "A Gente Vai Continuar," muitas vezes citado pelo primeiro-ministro, no Parlamento, foi ouvido pelo ministro da Cultura Pedro Adão e Silva, nos bastidores do concerto. António Costa marcou presença "como cidadão" neste segundo dia de festival, mas já não terá ouvido esta canção.
Quase a fechar, em apoteose, o tema "Portugal, Portugal," retrato de um país com "um pé numa galera / E outro no fundo do mar," foi cantando pela tenda cheia que ovacionou a presença de um dos autores mais marcantes da música portuguesa. E ainda houve tempo para recuperar "Picado pelas Abelhas," a recordar a colaboração no Palma's Gang, com outro grande, entretanto, desaparecido, Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés.
No final, a sensação foi de missão cumprida, dentro e fora do palco, com Jorge Palma a envolver gerações "até à música acabar."