Juventude Socialista acusa PSD de "alimentar o desespero" e "não apresentar propostas"
Miguel Costa Matos afirma, em declarações à TSF, que se Paulo Rangel "opta por ignorar as reformas que o PS tem vindo a empreender", é porque "o PS venceu o debate sobre o modelo de sociedade".
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O secretário-geral da Juventude Socialista, Miguel Costa Matos, respondeu esta sexta-feira aos comentários de Paulo Rangel, afirmando que o PSD "alimenta o desespero e não apresenta propostas".
"Há tantas formas por onde pegar, que a conclusão que nós podemos chegar é apenas a seguinte: a direita opta por ignorar, por escamotear as respostas. Ora, se eles preferem que as reformas não sejam discutidas, é porque eles sabem que as pessoas quando olham para as reformas concordam com elas", defende Miguel Costa Matos, em declarações à TSF.
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O vice-presidente do PSD desafiou esta sexta-feira alguém a "dar um exemplo de uma reforma que o Governo António Costa tenha feito a pensar nos jovens", dizendo que o primeiro-ministro está sempre "a pensar como é que vai ter apoio eleitoral".
Ao contrário do que afirma Paulo Rangel, o secretário-geral da Juventude Socialista assegura que o Executivo socialista tem feito várias reformas a pensar nos jovens.
"Na área do trabalho, a redução assinalável da precariedade. Na área dos salários, estamos a viver o maior período de crescimento dos salários das últimas décadas. Na área do Ensino Superior, o recorde de estudantes que vão para o Ensino Superior. Na área da Educação, continua a descer o abandono escolar precoce. E, enfim, a reforma da habitação é relativamente recente e esperemos que possamos ver aí em breve resultados", aponta.
Por isso mesmo, Miguel Costa Matos afirma que se Paulo Rangel "opta por ignorar as reformas que o PS tem vindo a empreender", é porque "o PS venceu o debate sobre o modelo de sociedade".
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"Nós queremos um modelo de sociedade com menos precariedade, com melhores salários, com a qualificação do nosso mercado de trabalho e, nesse sentido, a conclusão que nós podemos chegar é: vamos continuar", garante.
No entanto, quando confrontado com o cenário atual da economia portuguesa, o dirigente da Juventude Socialista confessa que, de facto, "há ainda precariedade acima da média da União Europeia", mas que está "está a diminuir".
"Temos visto que nos últimos oito anos a criação de emprego tem sido esmagadoramente criação de emprego com contratos sem termo, o que tem permitido reduzir a percentagem de contratos precários", explica, afirmando que a ACT, antes das férias, "fez uma ação inspetiva que permitiu identificar que 60% dos contratos a termo são ilegais", tendo as empresas sido notificadas no sentido de passarem esses trabalhadores a efetivos.
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"Isso é uma reforma que foi feita e que em breve irá resultar na estabilidade laboral para muitas pessoas. Os salários estão a subir 8%", diz, antes de acrescentar que, se é certo que "o diferencial face à União Europeia é muito grande", os socialistas "podem optar pelo caminho de alimentar o desespero, de achar que não há saída para o nosso país", mas não é isso que fazem, acusando antes, os sociais-democratas.
"Se formos ver o PSD, eles alimentam o desespero e não apresentam propostas", reitera.
Numa intervenção na Universidade de Verão do PSD, num debate sobre se a idade mínima legal de voto deve baixar dos 18 para os 16 anos, Paulo Rangel defendeu o lado do sim. Já o secretário-geral da Juventude Socialista defende que "o PS é um partido plural onde existem diferentes opiniões".
"A opinião do PS não tem sido defender o voto aos 16 anos e este é um caminho que nós temos vindo a continuar. Na área da habitação, ainda recentemente, nós podemos assegurar uma grande vitória da Juventude Socialista com o Porta65 a passar a estar disponível a todos os candidatos elegíveis e não apenas consoante a disponibilidade orçamental. Isto vai permitir multiplicar por muitos aqueles que são os jovens apoiados por este programa e este é um caminho que é feito", destaca, confessando que acredita que "nesta área, como outras, também" haverá "em breve uma vitória".