Lay-off pode afetar entre "seis mil a sete mil pessoas" no parque industrial da Autoeuropa
À TSF, Daniel Bernardino explica que os trabalhadores mais vulneráveis são "os contratados a termo e os trabalhadores temporários".
Corpo do artigo
A paragem da fábrica da Autoeuropa vai afetar milhares de trabalhadores além dos da produção automóvel da Volkswagen, já que o lay-off poderá atingir mais de seis mil trabalhadores das empresas do parque industrial.
O Jornal Económico noticia esta sexta-feira que cem trabalhadores com vínculos temporários serão dispensados nos dois meses de não produção previstos para setembro e outubro.
"O impacto é enorme, porque nós temos uma previsão em todas estas semanas de paragem e quanto mais semanas temos de paragem, maior é a complexidade para todas as empresas e para a vida dos trabalhadores, principalmente aqueles que são mais vulneráveis, como os contratados a termo e os trabalhadores temporários", refere à TSF Daniel Bernardino, coordenador das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa.
TSF\audio\2023\09\noticias\01\daniel_bernardino_1_
O lay-off já foi anunciado para os trabalhadores da fábrica da Volkswagen, mas o universo é ainda maior.
"Estamos a falar de um universo, tirando a Autoeuropa, de umas seis mil a sete mil pessoas, o que é muito superior aos trabalhadores da Autoeuropa. Nem todos serão afetados da mesma forma, porque há empresas que têm diversidade de clientes e permite-lhes ter outras oportunidades no meio desta complexidade de componentes. Estamos um pouco preocupados, porque a maioria das empresas depende diretamente da Autoeuropa. Alguns representantes de trabalhadores já anunciaram que será iniciado um processo de lay-off", explica.
No entanto, ainda não se sabe ao detalhe como irá ser: "Ainda não temos o conhecimento ao detalhe de como serão os processos, quais são os rendimentos dos trabalhadores a serem afetados. Nós, no dia 6, vamos reunir todas as empresas do parque industrial e vamos fazer o levantamento de todas as situações de cada empresa."
A paragem da fábrica irá implicar que as várias empresas do parque industrial tenham de arranjar soluções.
"Aquelas que têm os dias de não produção já disseram às pessoas que vão esgotá-los, outras, com a diversidade de clientes que têm, que não têm este problema, vão manter os trabalhadores e outras vão aproveitar para fazer formações que muita falta fazem com esta mudança tecnológica que estamos a viver na indústria automóvel. Estão a pensar fazê-lo desta forma, onde, pelo menos durante cinco semanas, conseguem aguentar os trabalhadores sem haver qualquer despedimento ou perda de rendimentos", afirma Daniel Bernardino.
A Volkswagen de Palmela vai para entre os dias 11 de setembro e 12 de novembro. Daniel Bernardino considera que há esperança de que a paragem seja mais curta do que o anunciado.