Legionella. Ministério Público diz que investigação está a ser muito complexa
Há ano e meio tudo parecia simples e a fábrica alegadamente culpada estaria encontrada pelas autoridades de saúde. Mas agora a autarquia ameaça processar o Estado por lentidão da justiça.
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A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ameaça avançar com um processo em tribunal contra o Estado se não forem conhecidos, rapidamente, os resultados da investigação do Ministério Público ao surto de legionella que afectou o concelho em Novembro de 2014, matando 12 pessoas e afetando outras 375.
A investigação tem ano e meio e à TSF a Procuradoria-Geral da República (PGR) avança que o inquérito está em investigação, "envolvendo a recolha e análise de prova que se tem vindo a revelar como muito complexa e exames periciais igualmente de grande complexidade".
Na reação, o presidente da autarquia, explica que compreende as dificuldades, mas o município e as famílias não podem esperar mais tempo pois sem o resultado desta investigação não podem avançar contra a empresa que, alegadamente, segundo os primeiros resultados das análises das autoridades de saúde, terá estado na origem do surto.
Razões que levam a câmara municipal a admitir avançar para os tribunais contra o Estado português se no prazo de um ano a investigação do Ministério Público não for concluída.
Alberto Mesquita diz que é preciso encontrar culpados para aquilo que aconteceu e que afectou muito a imagem do concelho e que também trouxe custos diretos ao município.
O presidente da delegação da Ordem dos Advogados de Vila Franca de Xira, Paulo Rocha, que tem acompanhado perto de 200 pessoas afetadas pelo surto de legionella, diz que este atraso da justiça é "ilógico e absurdo", acrescentando que as vítimas e as famílias estão desanimadas
A Ordem dos Advogados do concelho diz que faz sentido processar o Estado pois é o Estado que tem de promover a justiça e recorda que pouco depois do surto as autoridades de saúde garantiam que era fácil encontrar uma relação entre a legionella detetada nas pessoas e a fábrica que esteve, alegadamente, na origem da doença.
Do lado das vítimas, ainda há várias que sentem sintomas da doença, quase dois anos depois de terem apanhado a doença do legionário.