Procura atingiu, na segunda-feira, quase o triplo daquilo que está previsto no contrato com a empresa de telecomunicações que gere o serviço.
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A linha de oficial do Ministério da Saúde, a SNS 24, não atendeu 54%, mais de metade, das chamadas que recebeu na segunda-feira, depois da subida abrupta do número de doentes ou suspeitos com o novo coronavírus.
Os números oficiais do Portal da Transparência do Ministério da Saúde mostram que num dia a linha recebeu 27.679 chamadas, ou seja, quase o triplo das chamadas diárias, previstas no contrato com a Altice, também consultado pela TSF.
A Altice é a empresa que gere o serviço SNS 24 em nome do Estado e que tem o sistema montado, como está previsto no contrato assinado com o Estado, para receber 10 mil chamadas por dia.
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No entanto, com o novo coronavírus, a procura disparou para números muito mais elevados e já na semana passada a linha não tinha atendido um quarto das chamadas num dia de pico da procura .
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Agora, na segunda-feira, depois da subida de casos do novo coronavírus, a percentagem disparou para 54%, ou seja, foram recebidas 27.679 chamada e 15.072 foram abandonadas após 15 segundos de espera.
Na prática, apenas 10.940 foram atendidas pelos enfermeiros que aconselham quem procura o apoio da linha oficial do Ministério da Saúde, 940 a mais que as previstas no contrato.
Há uma semana, a 2 de março, quando surgiram os primeiros casos de COVID 19 em Portugal, a linha SNS 24 recebeu quase 13 mil chamadas. Já era muito, mas na segunda-feira o número disparou para mais do dobro.
Recorde-se que o antigo presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Henrique Martins, afastado na semana passada do caso, tinha lamentado a falta de reforço financeiro pela tutela, nomeadamente para o SNS 24.