Rui Tavares lembra, na TSF, que o Governo ainda não cumpriu as promessas do último Orçamento para maior eficiência energética. O deputado defende que a fixação de António Costa na maioria absoluta "é para consumo interno do PS."
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O deputado único do Livre desvaloriza o discurso de António Costa, no passado domingo, sobre a maioria absoluta e prefere pressionar o PS a aplicar, sem demora, as medidas aprovadas no último Orçamento do Estado que contou com a abstenção de Rui Tavares.
"O programa 3C - Casa, Conforto e Clima foi aprovado, agora a questão é de ser implementado porque aí é que, como que se costuma dizer, a porca torce o rabo," critica Rui Tavares em declarações à TSF.
No momento em que a Europa se prepara para enfrentar um inverno em guerra e em crise energética, Rui Tavares considera "isolar as casas é tão importante como isolar Putin."
"No inverno, o governo precisa muito rapidamente de implementar o programa de 3C - Casa, Conforto e Clima do Livre, que foi aprovado no último orçamento, mas que demora a estar no terreno. É basicamente avançar com o dinheiro para as pessoas que têm mais baixos rendimentos poderem isolar as casas, é instalar equipamento sustentável para fazer o aquecimento nas escolas e, com isso, baixar a fatura da eletricidade."
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Já a pensar no próximo Orçamento do Estado, o Livre insiste na proposta de um passe ferroviário nacional, medida aplicada na Alemanha durante três meses.
"Vamos propor, para este orçamento, um passe ferroviário nacional, basicamente, que haja um preço único a pagar para a andar no comboio, em todo o território nacional," explica Rui Tavares. O deputado do Livre admite que o preço de 9 euros fixado na Alemanha seria difícil de aplicar em Portugal, mas acredita que seria possível "atingir-se um preço mais realista no nosso país e mesmo assim possibilitar a muita gente poupar muito, ao mesmo tempo demonstrando que se faz uma aposta na ferrovia."
Rui Tavares considera que "o Governo, sem o dizer, começa a admitir que estava errado no início deste ano quando já depois da guerra manteve exatamente o mesmo orçamento que tinha apresentado no ano anterior."
"O primeiro-ministro fala sempre na inflação dos anos 70, mas esta inflação é mais parecida com uma inflação de guerra. E, portanto, deve ser combatida ajudando as pessoas a fazer face ao aumento do custo de vida. Agora o governo percebe que é mesmo preciso pôr dinheiro no bolso no bolso as pessoas, chega lá é demasiado tarde e com demasiado pouco."
Questionado sobre o discurso de António Costa sobre maioria absoluta, Rui Tavares considera que "é para consumo interno do PS."
"É mais um discurso interno para tentar galvanizar os seus e tentar focá-los, mais do que dar respostas concretas.", constata o deputado do Livre que desafia a maioria socialista a "daqui até a votação do orçamento," provar que está disponível para aceitar medidas como uma nova rede de transporte escolar elétrica e ecológica, como o Livre já propôs.