"Quem tem maioria somos nós." Costa quer deputados do PS "sem vergonha" e a respeitar "vontade dos portugueses"
Perante deputados do PS, Costa deixou críticas aos comentadores: "Diziam que era a altura de vir a direita salvar-nos."
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Para não "trair a vontade dos portugueses", António Costa pede aos deputados do Partido Socialista para "não terem vergonha" de ser maioria na Assembleia da República. Embora insista que o Governo está disponível para dialogar com a oposição, o primeiro-ministro nota que os consensos estão dependentes dos partidos à esquerda e da direita.
Num jantar com o grupo parlamentar do PS, no arranque das jornadas parlamentares do partido, este domingo, António Costa lamentou que "maioria absoluta" signifique "levar pancada de todos os lados", mas o diálogo é possível desde que se respeite "os portugueses".
"Estamos abertos ao diálogo, não significa trair a vontade dos portugueses e não assumir aquilo que somos, que é a maioria. E, portanto, nós somos uma maioria diálogo, mas não somos uma maioria envergonhada. Nós somos uma maioria, porque os portugueses assim quiseram e nós respeitamos a vontade dos portugueses", disse.
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António Costa pede que se "exerça maioria", quando "é necessário", ou seja, "quando o diálogo não é possível". Nessa altura, "votemos e que ganhe quem tem mais votos".
"E quem tem mais votos somo nós", concretizou.
Quanto às críticas dos dois lados do Parlamento, tanto de Bloco de Esquerda e PCP, como dos partidos à direita, António Costa lamenta a falta de "tolerância", mas admite que "é muito melhor ter maioria absoluta do que não ter".
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"Como já perceberam os que tiveram a experiência de serem deputados sem maioria absoluta, a grande diferença é que agora levamos pancada de todos os lados. Quanto não se tem maioria absoluta, levamos pancada de um lado e somos tolerados do outro", insistiu.
Apesar das pancadas, no final da intervenção, foi António Costa que enviou críticas para fora, desta vez, para os comentadores políticos, lembrando "a forma como o PS" venceu as legislativas de 30 de janeiro.
"A opinião é que as pessoas estavam todas fartas do PS e eu estava cansado. Diziam que era a altura de vir a direita salvar-nos. Ainda bem que, em vez de darmos atenção aos comentadores e às sondagens, nos concentrámos no que era mais importante: o cidadão comum", afirmou.
E o cidadão comum "é quem manda", no que distingue a democracia, dos regimes ditatoriais: "É o regime do povo e para o povo, não o regime dos comentadores".
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