O líder do PSD considera que o aconteceu na TAP foi "um crime político e financeiro" e que as decisões políticas tiveram um impacto "absolutamente estrondoso".
Corpo do artigo
É com bons olhos que Luís Montenegro vê a auditoria do Tribunal de Contas à TAP, considerando que se está "num momento decisivo para perceber o que foi feito e as consequências do que foi feito".
"Acho muito positivo que o Tribunal de Contas possa fazer essa auditoria, como acho positivo que a Assembleia da República constitua uma comissão parlamentar de inquérito para podermos perceber toda a dimensão das decisões que foram tomadas nos últimos anos, em Portugal, sobre a TAP", disse o líder do PSD.
Em Coimbra, onde está no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal", Luís Montenegro disse não ter "dúvida nenhuma" que "o que aconteceu na TAP foi um crime político e financeiro que começou em 2016". E acrescenta: "É preciso dizer, olhos nos olhos ao país, ao primeiro-ministro, aos titulares da pasta das Infraestruturas: o pecado original foi em 2016. Não vale a pena desviarem as atenções, andarem perguntar o que o PSD fazia em 2020."
"É inacreditável, inenarrável e tem de ser justificado até às últimas consequências, como é que um Governo renacionalizou o capital de uma companhia, no caso até aos 100%, injetou 3.200 milhões de euros dos nossos impostos, do dinheiro das pessoas, do país, para chegar ao fim e dizer, de forma cândida, que agora se vai reprivatizar, não parcialmente, até totalmente o capital da TAP", acrescentou Luís Montenegro, questionado "porque é que andaram a tomar estas decisões todos".
Segundo o líder do PSD "é preciso que os portugueses saibam que as decisões políticas têm consequências", considerando que as decisões políticas do governo socialista, em 2016, "tiveram um impacto absolutamente estrondoso do ponto de vista da injeção de capital".
Para Montenegro o capital injetado era "possível ser utilizado em muitas coisas", exemplificando que os 3.200 milhões de euros, equivalia a "23 obras de transformação do IP3 em autoestrada".
O líder do PSD foi ainda esta quarta-feira questionado sobre o caso que envolve Joaquim Pinto Moreira, deputado social-democrata e ex-presidente da Câmara Municipal de Espinho entre 2009 e 2021. Luís Montenegro diz que o caso está em investigação e é preciso aguardar: "Nós temos um contexto político que é conhecido. Há uma investigação que está em curso e nós aguardaremos a evolução dessa investigação. O resto têm sido notícias que nós, naturalmente, vamos registado, mas não que mudam a situação política."