"Nunca o negócio privado de saúde floresceu tanto." Montenegro pede reflexão sobre SNS
O líder do PSD considera que se deve saber se as decisões tomadas na saúde tiveram ou não os efeitos que se pretendiam. Luís Montenegro diz que "nunca o negócio privado da saúde floresceu tanto".
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Para Luís Montenegro o país precisa de olhar para o que tem sido feito na saúde e perceber se as decisões que foram tomadas tiveram, ou não, os resultados que se pretendiam.
"Acho que nós devemos, em determinados momentos da nossa vida política e da nossa reflexão sobre temas estratégicos, temas que dizem respeito ao quotidiano das pessoas, à vida concreta das pessoas, ter a humildade de fazer uma reflexão transversal. Sabemos que houve encerramento de serviços com vários governos, de vários partidos e não quero estar agora a julgar quem decidiu lá atrás. O que quero saber é se as medidas que foram tomadas tiveram ou não os efeitos pretendidos", afirma o presidente do PSD.
A saúde esteve hoje em foco no terceiro dia de visita do líder do PSD no âmbito da iniciativa "Pensar Portugal". No final de uma reunião no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Luís Montenegro disse ainda ter uma "frustração, enquanto português", com a incapacidade que o Serviço Nacional de Saúde tem em responder a muitas das solicitações e necessidades dos portugueses.
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"A grande verdade é só uma: nos últimos anos, com todas as juras de amor, com todas essas ofensas aos adversários políticos que o Partido Socialista, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda fizeram, a propósito do Serviço Nacional de Saúde, nunca o negócio privado de saúde floresceu tanto, nunca tantos portugueses tiveram de acorrer a seguros de saúde e a subsistemas e sistemas equiparados para poder ter acesso a cuidados de saúde no setor privado", notou.
Luís Montenegro considera que o "mau funcionamento" do Serviço Nacional de Saúde está a atirar os portugueses para outras ofertas de serviços de saúde.
Antes do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Luís Montenegro esteve na unidade de cuidados paliativos do Hospital Pediátrico de Coimbra. "Uma coisa que nos impressionou foi ver a entrega com que as famílias se lançam ao desafio que é o acompanhamento de crianças com doenças crónicas e sabermos que ainda há muita burocracia, muitas redundâncias processuais para que os mecanismos de apoio que a Segurança Social deve disponibilizar possam chegar efetivamente às famílias".