MAI ligou à administração da RTP para esclarecer difusão de cartoon que retrata alegado racismo na polícia
O cartoon mostrava um polícia num campo de treino de tiro a disparar contra vários alvos. O alvo mais claro não tinha nenhuma bala. Já o mais escuro, que representa uma pessoa negra, aparecia cravejado de balas.
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O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, revelou esta segunda-feira que ligou ao presidente do Conselho de Administração da RTP "logo na sexta-feira à noite" para ter esclarecimentos e "manifestar desagrado" sobre um cartoon em vídeo, divulgado pelo canal público durante o intervalo da cobertura do festival NOS Alive, e que retratava o alegado racismo na polícia.
"Depois pude formalizar esse desconforto pelo sucedido, formalizei por escrito logo no sábado ao presidente do Conselho de Administração, reconhecendo que o Conselho de Administração naturalmente não tem uma responsabilidade direta no assunto, mas chamando a atenção para dois aspetos. Primeiro, para, naturalmente, o respeito pela liberdade de expressão, que faz parte da linguagem criativa dos cartunistas. É, aliás, uma das riquezas do mundo ocidental, a liberdade da expressão enquanto fator de crítica social, de crítica institucional, de crítica política mas, por outro lado, também chamando a atenção para a importância e para o sentido de responsabilidade, de forma a que a liberdade de expressão não coloque em causa a imagem e o prestígio das pessoas e das instituições. No seguimento dessa comunicação, verifiquei que houve um esclarecimento que foi feito pelo respetivo cartunista, dando conta de que o cartoon em causa se referia aos últimos acontecimentos internacionais, particularmente em França e, portanto, entendi também esse esclarecimento como uma explicação para o que tinha acontecido", contou José Luís Carneiro.
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O cartoon mostrava um polícia num campo de treino de tiro a disparar contra vários alvos. O alvo mais claro não tinha nenhuma bala. Já o mais escuro, que representa uma pessoa negra, aparecia cravejado de balas.
Apesar das queixas dos agentes da PSP sobre as condições para a Jornada Mundial da Juventude, José Luís Carneiro mantém-se otimista e garante que a polícia enviou uma convocatória igual para todo o território e que as indicações que estão a chegar a todos os comandos distritais são iguais, ao contrário do que diz a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.
"Tenho uma grande confiança nas forças de segurança. Todos os portugueses têm, aliás, essa confiança que está baseada naquilo que é a experiência histórica da atuação das forças de segurança. Tivemos aqui já grandes eventos internacionais. O Euro 2004, por exemplo", acrescentou o ministro da Administração Interna.