Portugal fez uma declaração de voto em 1987, explicando porque não podia acompanhar os restantes países da comunidade europeia que se abstiveram.
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A declaração de voto, que o Palácio de Belém forneceu à TSF, diz que Portugal «condena o sistema de apartheid» e que mais uma vez isso é reafirmado, chamando-lhe «aberrante sociedade».
O problema, diz o representante português, é que «temos reservas em relação a alguns aspetos».
Em concreto, Portugal entendeu que o ponto 2 da resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas poderia ser um «incentivo à violência», preferindo o governo português «encorajar o diálogo».
Segundo uma fonte de Belém, foi esta posição, também em defesa dos interesses da comunidade portuguesa na África do Sul, que permitiu que Portugal assumisse «a ponte» entre os sul africanos e a União Europeia, facto que Mandela terá apreciado quando veio posteriormente a Portugal.
No mesmo dia, numa outra resolução das Nações Unidas, mas especificamente sobre a prisão de Mandela, Portugal votou a favor.
Belém também recorda que num dos primeiros conselhos europeus em que Cavaco Silva participou, como primeiro-ministro (1986), fez-se um apelo à libertação de Mandela.