Manuel Alegre marcou presença ontem na campanha socialista, em Coimbra, onde fez um duro ataque a Paulo Rangel, acusando-o de ofender a democracia.
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Manuel Alegre considera que as declarações de Paulo Rangel, que afirmou ser necessária uma «vacina contra o despesismo, contra a irresponsabilidade financeira, contra o vírus socialista», violam «as regras básicas da convivência democrática» e acusa o candidato da Aliança Portugal de «espírito inquisitorial».
Em Coimbra, nas primeiras palavras que proferiu, logo após agradecimentos e saudações, Manuel Alegre manifestou estar «indignado» com as palavras de Rangel.
Manuel Alegre fez ainda uma referência ao Partido Nazi, acusando Paulo Rangel de «falta de memória histórica», recordando os militantes e simpatizantes socialistas que «há umas dezenas de anos na Europa houve um partido que disse que os judeus eram um vírus que era preciso exterminar».
Centrado depois nas eleições europeias, o antigo candidato presidencial expressou ainda uma vontade e uma ambição contra o que diz ser a «coligação negativa de todos os partidos contra o PS»: vencer as eleições europeias e «dar-lhes uma abada nas legislativas».
Ainda em Coimbra, ao lado de Manuel Alegre, Francisco Assis e Manuel Machado, autarca socialista e presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, António José Seguro disse que «o Governo e os seus candidatos não têm nenhuma ideia para a Europa.
O secretário-geral do PS defendeu que a ausência de qualquer pensamento por parte do executivo liderado por Pedro Passos Coelho sobre o espaço europeu já não é nova, salientando que o programa de Governo apresentado em 2011 «não dedica um único capítulo à Europa».
Seguro critica a postura dos membros do executivo que, segundo o líder socialista, «perguntam à senhora Merkel, tomam nota e executam em Portugal, com zelo».
Durante o discurso, o secretário-geral do PS insistiu na ideia de que o Governo está «incomodado» com as 80 propostas socialistas apresentadas na Conferência Nacional da Convenção «Novo Rumo» e que, ao contrário do executivo, os socialistas têm propostas sobre Portugal e sobre a Europa apresentadas «às claras».
O líder socialista vincou ainda que a mudança que quer para o partido «não cabe nas fronteiras do PS» e, apelando ao voto, frisou: «a abstenção não muda nada».
Já Francisco Assis, considerou «inaceitável» que Paulo Rangel se refira ao PS como um vírus, sublinhando, no entanto, que a resposta ao número um da Aliança Portugal será dada nas urnas.
O cabeça de lista reforçou ainda a confiança no candidato dos socialistas à Comissão Europeia, Martin Schulz, afirmando que «estamos infinitamente mais próximos de um alemão de esquerda do que de um português ultra-liberal e conservador».