Marcelo alerta que "para aquilo que têm", portugueses pagam "bastante" em impostos
Chefe de Estado avisa que o que interessa aos portugueses é o que afeta o bolso de cada um e que um casinho "passa a um casão" se significar "dinheiro mal gasto".
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O Presidente da República defendeu esta sexta-feira que os portugueses pagam "bastante" em impostos para "aquilo que têm" e que são as questões relacionadas com "o que sai do bolso e custa dinheiro" são as que realmente importam ao povo, por contraste com os ditos "casos políticos".
Numa visita ao Peso da Régua, Marcelo Rebelo de Sousa alertou que os portugueses "são muito sensíveis à boa gestão da coisa pública", porque "pagam impostos, e para aquilo que têm pagam bastante, sobretudo muitos dos que menos têm".
Assim, a atenção recai sobre "como é que é gasto o dinheiro" e não sobre os "casos chamados políticos" que incidem sobre "discussões políticas disto ou daquilo, desta teoria ou daquela ideia".
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O que importa ao povo, na ótica do Presidente da República, "são coisas concretas, se isto gastou-se bem ou gastou-se mal, se os fundos que vêm de Bruxelas estão a ser gastos a tempo ou não estão".
Questionado sobre se a bolha política estará então desligada do interesse público, Marcelo responde que "nem oito, nem oitenta".
"Nem se pode dizer, como às vezes se diz, que a bolha política e mediática está numa onda e o povo está na outra, nem se pode dizer que aquilo que a bolha política e mediática discute não tem nada a ver com o povo. Não é assim, há coisas que tocam o povo", explicou o chefe de Estado, que reconheceu ainda assim que "não é verdade que tudo aquilo que importa à bolha politica e mediática no dia a dia importe tanto ao povo quanto os seus problemas concretos".
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E esses problemas concretos são, para Marcelo, aquilo que os portugueses "sentem que sai do bolso, que custa dinheiro" ou em que pode haver "oportunidades perdidas, porque não está a funcionar a agricultura, não está a correr bem a educação ou a saúde".
Na mesma reflexão, Marcelo avisa que "há casos e casinhos que são importantes para o povo", e que, por vezes "um casinho, se significar dinheiro mal gasto ou desconfiança de que há qualquer coisa estranha no dinheiro, passa a um casão".
Do mesmo modo, "há outros casões que parecem muito importantes, mas que são muito teóricos para o povo".