Marcelo considera que protestos com tinta contra ministros são "muito pouco efetivos"
Fernando Medina foi atingido com tinta verde esta sexta-feira e Duarte Cordeiro também sofreu um protesto semelhante no mês passado.
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O Presidente da República considerou esta sexta-feira que o protesto que atingiu com tinta verde o ministro das Finanças, Fernando Medina, semelhante ao que aconteceu também com Duarte Cordeiro, não têm eficácia na conquista da opinião pública.
"Eu sou um defensor da liberdade. Acho é que este tipo de iniciativas, se o objetivo é atacar ou criticar a política ambiental portuguesa, é muito pouco efetivo e pouco eficaz. Do que ainda agora tenho visto em reuniões internacionais, tomara a maioria esmagadora dos países do mundo estarem tão preocupados quanto estão os portugueses todos e têm estado os governantes de direita e de esquerda relativamente ao fim de dependências energéticas do passado. Fechámos o carvão, não temos centrais nucleares, o gás é visto como uma solução provisória, temos apostado nas energias renováveis", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.
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O chefe de Estado acredita ainda que "a repetição retira o efeito surpresa", o que pode afastar a opinião pública.
"Às tantas é visto como uma manifestação de um grupo que não adere à realidade. O que é preciso é que a maioria dos portugueses esteja de acordo com a mudança da energia e isso significa conquistá-los (...) Uma campanha que se traduz em gestos simbólicos, na repetição numa sociedade em que é preciso conquistar a opinião pública, que está envelhecida, eu acho que não é efetiva", realça.
Questionado sobre a possível inconstitucionalidade da subida do Imposto Único de Circulação (IUC) para os veículos anteriores a 2007, Marcelo não tem certezas: "Depende da formulação. Só olhando para a formulação é que posso ver se há ilegalidade ou não."
Sobre a proposta, no sentido ambiental, o Presidente da República diz que "é uma matéria sobre a qual acho que é preciso fazer uma reflexão serena, porque quando se quer dar passos em termos da transição na energia, isso tem sempre custos", dando o exemplo da transição energética feita em Portugal que, no início, "teve custos" e que agora considera ter sido "uma boa ideia".
O ministro das Finanças, Fernando Medina, foi esta sexta-feira atacado com tinta verde enquanto falava numa aula aberta na Faculdade de Direito, em Lisboa.
Já no mês passado o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, foi atacado com balões de tinta verde por três jovens ativistas climáticas durante a abertura da CNN Portugal Summit, em Lisboa. O ministro ia começar a sua intervenção quando foi surpreendido por uma ativista que subiu ao palco e atirou um balão com tinta verde ao governante.