Marcelo e Costa chegam à Guiné-Bissau para celebração dos 50 anos de independência
António Costa vai marcar presença no jantar oficial oferecido por Umaro Sissoco Embaló, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa só deverá chegar mais tarde.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, chegam esta quarta-feira à Guiné-Bissau para participarem na quinta-feira na celebração dos 50 anos de independência deste país.
De acordo com a agenda divulgada à comunicação social, o primeiro-ministro, António Costa, chegará ao Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira pelas 19h00 e irá marcar presença no jantar oficial oferecido pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, às 20h30, num hotel da capital guineense.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, só deverá chegar mais tarde, não estando prevista a sua presença neste jantar, que antecede o ato solene comemorativo do cinquentenário da independência da Guiné-Bissau.
Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa estarão juntos na Guiné-Bissau em plena crise política em Portugal, com o primeiro-ministro demissionário e eleições legislativas antecipadas anunciadas para 10 de março, mas com o Governo ainda em plenitude de funções.
Em Bissau encontra-se também, desde terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, que estará igualmente no jantar oficial desta quarta-feira.
Na quinta-feira, Presidente da República, primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros representarão o Estado português no ato solene de celebração do cinquentenário da independência da Guiné-Bissau.
Este ato solene comemorativo terá lugar na Avenida Amílcar Cabral, em Bissau, com revista às tropas e uma mensagem à nação por parte do Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, desfile popular e desfile militar.
Depois, haverá um almoço oficial oferecido pelo Presidente da Guiné-Bissau, no Palácio Presidencial.
A Guiné-Bissau foi a primeira colónia portuguesa em África a tornar-se independente. A independência foi proclamada unilateralmente em 24 de setembro de 1973, decorrida uma década de luta armada.
As Nações Unidas reconheceram de imediato a independência da Guiné-Bissau, e Portugal apenas um ano mais tarde, em setembro de 1974, após o 25 de Abril.
Marcelo Rebelo de Sousa realizou em maio de 2021 uma visita oficial à Guiné-Bissau, 31 anos depois de Mário Soares, que tinha sido o último Presidente português a visitar oficialmente este país, em 1989.
Antes, em outubro de 2020, recebeu em Lisboa o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e novamente em outubro deste ano, em visita de Estado.
O primeiro-ministro, António Costa, visitou a Guiné-Bissau em março de 2022 e em agosto deste ano fez uma escala técnica em Bissau com um breve encontro com o primeiro-ministro guineense, Geraldo Martins, a caminho da Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em São Tomé e Príncipe.
Em junho deste ano, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou a vontade de participar nas celebrações de todas as independências de países de língua oficial portuguesa, antigas colónias de Portugal, se for convidado -- assim como de ver esses países a celebrar os 50 anos do 25 de Abril de 1974, no próximo ano.
António Costa apresentou a sua demissão em 7 de novembro, ao ver-se envolvido num processo judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios do lítio e do hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça em que é visado.
Perante a demissão do primeiro-ministro, que aceitou, o Presidente da República anunciou que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu adiar a demissão formal do Governo, que é feita por decreto, para permitir a aprovação final do Orçamento do Estado para 2024, marcada para 29 de novembro, e a sua entrada em vigor, e só nessa altura o executivo ficará limitado a atos de gestão.