Marcelo fala em "janela de esperança", mas avisa que são precisos novos modelos de vacinação
O Presidente da República salientou que a convergência dos especialistas será uma "ajuda essencial" para o combate à pandemia.
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O Presidente da República interveio na sessão pública do Infarmed, que juntou políticos e especialistas, e pediu um novo modelo de vacinação mais abrangente para fazer frente à Covid-19. Marcelo Rebelo de Sousa destacou a coerência entre os diferentes especialistas e os novos dados sobre a imunidade de grupo.
Marcelo Rebelo de Sousa dividiu a intervenção em quatro notas fundamentais, lembrando que são mais de três dezenas de especialistas que contribuem para o estudo do coronavírus em Portugal.
A partir de Belém, Marcelo apontou que a diminuição dos números se justifica com a responsabilidade dos portugueses, num "retrato totalmente coerente" da parte dos cientistas.
"Os portugueses têm uma perceção que corresponde à evolução dos factos. Há uma convergência das análises", enalteceu.
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O Presidente da República salientou que a convergência será uma "ajuda essencial" para o combate da pandemia no futuro, e destacou ainda a atenção dado ao número de infetados e de internados nos hospitais. O epidemiologista Baltazar Nunes explicou que "estamos numa fase de decréscimo de camas, mas ainda a valores bastante elevados. Só a meio de março atingiremos 320 camas em UCI e só no final do mês chegaremos às 200 camas".
Por último, na quarta nota, Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu as palavras do vice-almirante Gouveia e Melo, numa intervenção "muito esclarecedora", que prevê a imunidade de grupo em agosto.
Marcelo aponta para um novo modelo de vacinação que seja compatível com o aumento do número de vacinados, numa "esperança reforçada" para o segundo trimestre do ano.
O coordenador pelo plano de vacinação adiantou que "se estas expectativas se mantiverem, o período em que se pode atingir a imunidade de grupo pode reduzir-se, para meados do verão, em agosto".
Ainda assim, Gouveia e Melo reforçou que são apenas projeções. A vacinação em Portugal vai aumenta no segundo trimestre para "cem mil inoculações por dia".
"Chegaram de grosso modo cerca de um milhão de vacinas a Portugal e, destas, foram aplicadas 680 mil vacinas no continente, 29 mil nos Açores e na Madeira e 230 mil vacinas que chegaram esta segunda-feira vão ser aplicadas esta semana", referiu.
O vice-almirante acrescentou ainda que Portugal tem "4,5% da população com a primeira dose da vacina e 2,7% com a segunda dose".
"Já não é um desafio." Mais de 90% dos portugueses sai de casa com máscara
A epidemiologista da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Carla Nunes, deu conta esta segunda-feira, na reunião do Infarmed, que 92% dos portugueses usam "sempre" máscara. Os dados têm origem num barómetro promovido pela ENSP e que está a ser também utilizado em países como Argentina, México e Bolívia.
"O uso de máscara per se já não é um desafio", admitiu Carla Nunes, garantindo que, ao longo da pandemia, mais pessoas aderiram ao uso de máscara. No estudo, o "sempre" prevaleceu em 92% das respostas dos inqueridos no último mês.
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Questionados também sobre se nas últimas duas semanas estiveram em grupos "de dez ou mais pessoas que não vivem consigo", apenas 1,7% dos portugueses respondeu que sim quanto à última quinzena. Sobre as saídas de casa sem ser para ir trabalhar, apenas 16,4% dos inquiridos respondeu o fez, o que representa uma redução "de metade" em relação a dezembro.
Quanto ao nível de confiança nos serviços de saúde, Carla Nunes destaca uma recuperação, "depois de uma queda abrupta".