Marcelo quer ou não o Chega no Governo? Ventura quer saber "posição do Presidente"
Líder do Chega vai reunir na quarta-feira com o Presidente da República e dizer-lhe que não quer ser um "joguete político".
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O líder do Chega, André Ventura, vai reunir na quarta-feira com o Presidente da República e, em vez se falar sobre as eleições europeias, vai aproveitar a oportunidade para questionar Marcelo Rebelo de Sousa sobre se, afinal, sempre quer ou não o Chega no Governo. Caso não queira, será "contrário ao que ele disse na campanha eleitoral".
"O país tem de saber com o que conta. O chefe de Estado tem de se compremeter sobre essa matéria. Acho que não vai ser um obstáculo, mas é legítimo que o Chega queira saber se corresponde ou não à verdade. É um dos aspetos pelo qual questionarei amanhã ao Presidente da República. Não vou ao Palácio de Belém para falar das eleições europeias, já houve uma reunião no Parlamento. Amanhã será diferente e espero que o Presidente esteja disponível para responder a algumas perguntas, algumas mais incómodas", revelou André Ventura aos jornalistas no final das jornadas parlamentares do Chega, em Évora.
Ventura vê Marcelo como um "analista político assertivo" que "gosta desse jogo", mas não quer ser um "joguete político" para o Presidente.
"O Presidente da República não pode pedir uma alternativa num dia e depois estar sempre a miná-la. Não podemos estar permanentemente a ter obstáculos no caminho. O Presidente não tem de ser o motor da oposição, pelo contrário, mas também não pode ser uma oposição à oposição. O Presidente provavelmente até espera que o Chega desapareça nos próximos anos, mas isso não vai acontecer", afirmou o líder do Chega.
De fora não ficaram também críticas a Luís Montenegro que, em entrevista à CNN Portugal, garantiu que não conta com o partido de André Ventura para nenhuma coligação nem para uma espécie de "geringonça" de direita. Para o presidente do Chega, a mensagem que o social-democrata passou foi para os portugueses "não contarem com estabilidade à direita".
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"Andamos a criticar o PS, a dizer que destrói o país, mas então Luís Montenegro quer o apoio do PS e não quer do Chega? Não precisamos de ser doutorados para perceber que há uma articulação entre Montenegro e o Presidente da República e que o Presidente obrigou Montenegro a dizer que o Chega não", acrescentou.