O Presidente da República admite ainda que foi surpreendido pelos acontecimentos de 07 de novembro, que levaram à demissão de Costa.
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O Presidente da República revelou esta quinta-feira que o encontro com a procuradora-geral da República, Lucília Gago, na manhã das buscas em São Bento, aconteceu após um pedido de António Costa. E mostra-se "surpreendido" pelos acontecimentos que levaram à demissão do primeiro-ministro.
A reunião entre Marcelo Rebelo de Sousa e Lucília Gago gerou polémica, mas Marcelo atira a responsabilidade para António Costa.
"O senhor primeiro-ministro já esclareceu que pediu para eu pedir um encontro à senhora procuradora-geral da República. Mais do que isso não posso dizer", explicou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas na Guiné-Bissau, recusando alongar-se no tema.
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Assume-se, após insistência dos jornalistas, surpreendido com os acontecimentos que levaram à demissão de António Costa: "Se me perguntasse no dia 6 se imaginaria estar onde estou hoje, eu diria que não. Realmente as circunstâncias ocorreram e ocorreram à intensidade que puderam testemunhar em direto, mas é evidente que a minha ideia era de a situação que se vivia no dia 6 se pudesse viver de uma forma mais prolongado no tempo."
O ciclo "fecha-se", tal como já tinha admitido o primeiro-ministro, e Marcelo Rebelo de Sousa deixa o debate político para os protagonistas que vão a votos no próximo ano.
"Em relação ao passado recente, passou. Fechou-se um ciclo na História portuguesa, que eu não imaginaria que fechasse dessa forma no momento em que ocorreu. Em relação ao futuro, tenho de estar disponível para ouvir o povo português e o pior que poderia fazer era, por aquilo que digo ou não digo, ser interveniente num debate de alguns meses, que terá outros protagonistas e só eles", considera Marcelo Rebelo de Sousa.
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Marcelo Rebelo de Sousa marcou eleições para 10 de março, uma opção "perigosa", na opinião do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, mas questionado sobre o assunto, o Presidente da República recusa fazer comentários para não intrometer-se no debate pré-eleitoral.