Ao lado do líder histórico da CGTP esteve sempre Maria do Carmo Tavares. Agora de saída da direcção da central sindical, deixou a promessa de manter-se sindicalista.
Corpo do artigo
O furtiva lágrima embaciaram-lhe o olhar quando Carvalho da Silva lhe chamou «madrinha», esta sexta-feira, na última intervenção como secretário-geral da CGTP.
«Eu e a Maria do Carmo [Tavares] completamos não apenas 35 anos de dirigentes eleitos, mas 35 anos na comissão executiva da central. Temos essa bandeira que transportaremos com responsabilidade», afirmou Carvalho da Silva.
Maria do Carvalho Tavares entrou e saiu da central sindical com Carvalho da Silva. «Eu saio da direcção da CGTP mas não abandono o sindicalismo», assegurou.
Uma das vozes da CGTP mais ligada aos assuntos sociais que, denunciou, estão cada vez mais ameaçados. «Não desistam e empenhem-se porque nós não podemos permitir uma destruição dos valores da solidariedade, dos direitos e não podemos permitir o empobrecimento», alertou.
O sindicalismo "entrou-lhe no sangue" ainda antes do 25 de Abril, agora promete intervir no local próprio.
«Na última executiva da central disse 'não me despeço, não gosto de despedidas'. Cá continuarei nos espaços próprios agora, há muitos apelos para intervir neles, e cá estarei», garantiu Maria do Carmo Tavares.
A regra que define que dirigentes perto da idade da reforma (65 anos) não pode integrar o conselho nacional, impõe-lhe a saída. Maria do Carmo Tavares não é, no entanto, caso único, cerca de metade da direcção da CGTP foi renovada no XII Congresso.
Pelas contas da Inter, a média de idades no conselho nacional ronda agora os 46 para as mulheres, 48 para os homens.