A coordenadora do BE comentou também a conclusão das audições da comissão de inquérito à TAP.
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"Lamentável." É desta forma que a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, comenta a escala do primeiro-ministro, António Costa, em Budapeste para assistir à final da Liga Europa ao lado de Viktor Orbán, chefe do governo húngaro. No entanto, lembra que o país tem assuntos mais importantes para discutir, como, por exemplo, os direitos da comunidade LGBTQIA+.
"Acho lamentável que o primeiro-ministro tenha decidido parar uma viagem oficial para ir ver futebol. Tenha usado os recursos de uma viagem oficial do Estado para fazer essa paragem. É ainda mais lamentável que tenha visto este jogo de futebol ao lado de um líder autoritário de extrema-direita de um país como a Hungria. É lamentável esta sequência de decisões. Parece, no entanto, que o país continua a ter coisas mais importantes para discutir. Hoje estamos aqui porque celebramos os direitos das pessoas LGBT e porque temos um país que se alegra por uma vida sem medo", afirmou Mariana Mortágua à margem da marcha do orgulho gay que se realiza este sábado em Lisboa.
A coordenadora do BE comentou também a conclusão das audições da comissão de inquérito à TAP, em que participou e afirmou que veio provar que o escrutínio e a transparência são essenciais para a gestão de uma empresa pública.
"A comissão de inquérito à TAP mostrou que é possível ter uma empresa pública bem gerida se houver escrutínio e transparência. Propusemos a comissão de inquérito e penso que fizemos bem em fazê-lo. Hoje o problema dos prémios, por exemplo, não se vai pôr noutras empresas públicas porque precisamente houve esta comissão de inquérito. Esta comissão de inquérito serve para dizer que ter uma empresa pública não basta, ela tem que ser bem gerida e essa é uma das grandes conclusões. A terceira conclusão é que, apesar da defesa do interesse estratégico que o Governo diz fazer, decidiu privatizar a TAP sem qualquer tipo de garantia. Passou um ano desde esse anúncio e nós continuamos sem saber qual é a garantia de defesa do interesse público que o Governo mantém na privatização da TAP. Não há uma única condição para a privatização. Parece apenas que o Governo está à espera de ver quem dá mais para vender a TAP, mais uma empresa privatizada ao capital estrangeiro, para enriquecer acionistas estrangeiros e logo agora que a TAP está a dar lucro. Ouvi garantias sobre privatização de empresas vezes e vezes sem conta e desafio alguém a olhar para as empresas que foram privatizadas e dizer-me uma que esteja a funcionar melhor ou que não esteja enriquecer acionistas privados. Olhamos para a EDP está a lucrar com as contas da luz e com as rendas da energia. A PT foi destruída, a Cimpor já lá vai e a SOREFAME já lá vai. A ANA, que dava lucro, foi privatizada e está a prejudicar ativamente a atividade da TAP no aeroporto de Lisboa e a dificultar a atividade da TAP", acrescentou a coordenadora do BE.
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