O antigo líder do PSD saiu em defesa de Cavaco Silva. Citando uma auditoria ao BPN, Marques Mendes revela que Cavaco até vendeu barato as suas acções. O mesmo defende o presidente da SLN.
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No comentário semanal na TVI24, o antigo líder do PSD, Marques Mendes, contestou a ideia de favorecimento, defendida por Manuel Alegre, garantindo que com base numa auditoria feita ao BPN, outros investidores venderam as acções do banco a um preço superior.
A TSF falou com o presidente da SLN Valor, Alberto Queiroga Figueiredo, que integra a Comissão de Honra da recandidatura de Cavaco Silva, que reconheceu que o Presidente terá tido acesso a informação que outros não tiveram, sobre o que poderia acontecere ao BPN, facto que pode ter precipitado a venda.
«Para mim, ele [Cavaco Silva] talvez tenha tido um feedback de que as coisas não estavam a correr bem. É perfeitamente normal que [depois] as queira vender», considerou.
Contudo, considera o presidente da SLN Valor, os valores do negócio, de compra e venda de acções feito em 2001 e 2003 por Cavaco Silva, foram os normais para a época, acrescentando que o Chefe de Estado até terá perdido dinheiro quando vendeu as acções a 2,40 euros.
«O valor 2,40 euros, para o que era praticado na altura, até era abaixo da maioria das compras. Numa situação normal, numa entidade que estava quase no seu início é natural que haja uma valorização, até porque houve acções que foram vendidas a valor superior a esse», explicou.
Alberto Figueiredo admitiu, no entanto, que no ano em que Cavaco Silva comprou as acções a um euro, elas estavam a ser vendidas a mais de dois euros.
«Houve um conjunto de pessoas que vendeu a 2,77 euros, a 2,50 euros. Isto é um negócio. Mas é muito fácil comprar acções a um valor inferior», garantiu o presidente da SLN Valor.
Questionado sobre o facto de Cavaco Silva ter escrito directamente a Oliveira e Costa para comprar as suas acções. O presidente da SLN explicou que esse era um procedimento normal.
«Isso de mandar uma carta, acho uma situação perfeitamente normal. Ou tem que andar à procura de compradores ou dirige-se ao presidente da sociedade para saber se há interessados, porque era através dele que a compra e venda de acções se efectuava», justificou.