O cabeça-de-lista do PS às eleições legislativas da Madeira acusou o primeiro-ministro de «não honrar a palavra» ao anunciar que o programa de ajustamento para a região só será conhecido após o sufrágio.
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O primeiro-ministro anunciou, no Parlamento, que será apresentado o relatório de avaliação orçamental e financeira sobre a Madeira mas não o programa de ajustamento, que terá de ser construído com o Governo que sair das eleições.
«Nesta nova versão, alguém não honra a sua palavra e esse alguém é o primeiro-ministro de Portugal, não só pelo que prometeu, como pelo facto de ser um valor essencial em democracia e Estado de Direito que o cidadão vá para as eleições informado», reagiu Maximiano Martins.
«Isso não vai acontecer desta vez, o que é absolutamente lamentável porque os portugueses da Madeira não são portugueses de segunda», sublinhou.
Por seu turno, o candidato do CDS-PP considerou que o actual Governo Regional da Madeira não tem autoridade nem legitimidade para negociar com o Governo da República o programa de ajustamento.
«Os madeirenses precisam de conhecer a realidade financeira, económica e social da sua região antes de votarem no próximo dia 9 de Outubro», disse José Manuel Rodrigues, acrescentando que o plano de justamento financeiro «deve ser negociado com o novo Governo Regional que sair das eleições».
Entretanto, Roberto Almada, líder do Bloco de Esquerda na Madeira, considerou que os madeirenses têm o direito a conhecer o plano de resgate ainda antes das eleições.
Para o Bloco, Passos Coelho, ao corrigir o tiro e dizer que as medidas de austeridade só serão conhecidas depois das eleições, enganou a Assembleia da República e os portugueses.