O bastonário da Ordem dos Médicos qualificou hoje como positivas as medidas de incentivo para médicos em regime de mobilidade parcial e o alargamento por mais três anos de contratação de clínicos aposentados, mas considera-as de tardias.
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O Ministério da Saúde alargou por mais três anos o período de contratação de médicos aposentados e aprovou medidas de incentivo para médicos em regime de mobilidade parcial e para os que fixem em zonas carenciadas do país.
José Manuel Silva considera que as medidas anunciadas são «positivas e naturalmente apoiadas» pela Ordem dos Médicos, mas «não são muito extensivas» no caso das ajudas de custo e que podem pecar por «tardias para travar o fluxo emigratório» que já se está a fazer sentir.
«Na questão dos médicos que vão receber 200 euros de ajudas de custo por dia quem ler o título pensa que todos os médicos que trabalham a 60 quilómetros de casa o vão receber. Não é verdade, só se aplica a médicos que trabalhem em dois hospitais que distem esta distância e, que eu saiba, isso só acontece no centro hospitalar do Algarve, logo, só tem impacto regional e só se um médico for fazer um período de 24 horas seguidas, caso contrário é menor [a retribuição]», explicou José Manuel Silva.
Apesar de saber das medidas do Governo apenas pela comunicação social, uma vez que ainda não teve conhecimento oficial dos diplomas, o bastonário da Ordem dos médicos, salientou que aquele organismo há muito que defende a discriminação positiva para os clínicos que forem para o interior.