Médicos estão "preocupados", mas continuam luta para "resgatar SNS da crise que tem vivido"
Susana Costa, do movimento Médicos em Luta, sublinha, à TSF, que são os médicos que estão no terreno e que têm "os doentes nas mãos para gerir e dar resposta".
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A recusa dos médicos em fazer horas extraordinárias provocou o funcionamento limitado de mais de 30 urgências de várias especialidades, a partir deste sábado, até dia 18. Susana Costa, do movimento Médicos em Luta, reconhece que o setor da saúde atravessa "um período muito crítico", mas assegura que os profissionais não vão desistir, até porque o seu objetivo "é precisamente resgatar o SNS da crise gravíssima que tem vivido".
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Na região Norte, a DE-SNS aponta dificuldades de funcionamento em 11 serviços de urgência (diversas especialidades), na região Centro são cinco as unidades hospitalares com constrangimentos nas urgências, na região de Lisboa e Vale do Tejo 11, uma no norte alentejano (Portalegre), uma em Évora e duas no Algarve.
Na nota divulgada este sábado, a DE-SNS admite que o Serviço Nacional de Saúde atravessa um "período crítico da sua existência" e diz que a reorganização da resposta nos serviços de urgência foi imposta pela indisponibilidade de "um número relevante de médicos" para fazerem trabalho extraordinário.
Em declarações à TSF, Susana Costa garante que os médicos estão preocupados com a situação, destacando que estes "têm os doentes nas mãos para gerir e dar resposta".
"Já estamos a viver um período muito crítico e muito grave, que vai agravando à medida que o tempo passa e que chegaremos ao mês de dezembro e isso é uma grande preocupação dos médicos que estão no terreno e que têm os doentes nas mãos para gerir e dar resposta", aponta, reforçando que a falta de médicos "é um problema muito sério".
Ainda assim, afirma, apesar da preocupação generalizada no setor, os médicos não estão demovidos da luta por melhores condições de trabalho.
"Não nos demove da nossa luta porque a nossa luta é precisamente para conseguirmos resgatar o SNS da crise gravíssima que tem vivido nos últimos anos", explica.
Na quarta-feira, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, garantiu à TSF que, se o país avançasse para eleições antecipadas o protesto dos médicos às horas extraordinárias ficaria suspenso.
"A demissão do Governo não significou que ficámos sem Governo" - foi o alerta que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) deixou, esta sexta-feira, pedindo que o Ministério da Saúde retome "de imediato" as negociações com os médicos.