Militares e polícias manifestam-se contra aumentos salariais previstos no OE2023
Líder da Associação Nacional de Sargentos assinala que a continuação dos protestos depende "do que forem as decisões do Governo".
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Os militares das Forças Armadas e os profissionais das forças e serviços de segurança concentraram-se este sábado junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, para protestar contra "os parcos aumentos salariais" previstos para 2023.
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), António Lima Coelho, explicou que o objetivo deste protesto é o que haja "justiça salarial e negociação real e efetiva" dos salários.
Questionado sobre até onde estão estes profissionais dispostos a ir nos seus protestos, Lima Coelho pede que a pergunta seja colocada ao primeiro-ministro, António Costa, dado que a "continuação ou não continuação de ações sensibilizadoras da necessidade de alterar o estado de coisas" vai depender "do que forem as decisões do Governo".
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O líder da ANS garante ainda que "quando a boa vontade preside aos atos, há sempre tempo para introduzir alterações", pelo que, nestas circunstâncias, "é preciso é que haja uma vontade efetiva e não apenas discursos de circunstância".
Segundo o Ministério da Defesa Nacional, os militares vão ter aumentos mensais no próximo ano entre 52 e 104 euros. Já os agentes da PSP e guardas da GNR em início de carreira e com salários brutos até aos 1163 euros vão ter aumentos entre os 90 e os 107 euros, depois a partir daí em todos os níveis remuneratórios haverá um aumento médio de 52 euros até aos 2570 de remuneração e de 2% nos salários acima desse valor.
O protesto foi organizado pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, estrutura que congrega os sindicatos e associações mais representativos do setor da segurança interna, e pelas associações das Forças Armadas Associação Nacional de Sargentos (ANS), Associação de Oficiais das Forças Armadas (APFA) e Associação de Praças (AP).
Fazem parte da CCP a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional e Associação Sindical dos Funcionários da ASAE.