Rui Pereira, presidente do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), que faz a gestão do Citius, acusa na TSF a ministra da Justiça de estar a fugir às responsabilidades políticas ao deixar o secretário de estado assinar o despacho que o exonera e também a Carlos Brito.
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O até agora presidente do instituto que faz a gestão do Citius diz, em entrevista à TSF, que não aceita responsabilidades pelo "crash"da plataforma e também não pode aceitar que a decisão de o afastar não tenha a assinatura da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.
Rui Pereira, presidente do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), e Carlos Brito Vogal, que tutela a área das tecnologias de informação, foram exonerados pelo Secretário de Estado da Justiça, num despacho assinado ontem.
Rui Pereira conta à TSF que foi convidado há uma semana para ir ao gabinete do secretário de Estado que lhe disse que o melhor seria apresentar a demissão. Uma sugestão que recusou, explicando agora que não pode aceitar responsabilidades pelo caos no Citius e que nem podia afastar-se de um processo que ainda não está terminado.
«Seria muito fácil para alguém que está sistematicamente a fugir às suas responsabilidades políticas encontrar um culpado, neste caso culpados, eu e o dr. Carlos Brito. Foi para evitar isso que eu não aceitei demitir-me», explica.
Rui Pereira defende ainda que o despacho devia ter a assinatura de Paula Teixeira da Cruz, pois «o ónus desta exoneração recai sobre quem tem a sua competência, que por acaso é a ministra e não o secretário de Estado que assina o despacho».
Rui Pereira vai mais longe e acusa Paula Teixeira da Cruz: «Alguém que, pelos vistos, uma vez mais e agora comprovadamente, está a fugir às suas responsabilidades».
Sobre o Citius, Rui Pereira avisa que é «um trabalho que precisa de continuação, de cuidados, de assistência» e utiliza uma metáfora: «O Citius é como se fosse um doente que está numa maca. Está vivo, todas as suas funções vitais estão operacionais, mas está entubado, ligado à máquina com medicamentação assistida, cuidados intensivos e paliativos todos os dias temos de cuidar do Citius».
«Este Citius não está preparado para esta reforma. Mais tarde ou mais cedo, num prazo que não conseguimos estabelecer, pode ocorrer um novo "crash"», alerta Rui Pereira.