"Ministra parou no tempo." Fim de greves na Justiça não depende da idade da aposentação
O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, António Marçal, contesta as declarações da ministra da Justiça e adianta que uma das questões que continua por resolver tem a ver com as progressões na carreira.
Corpo do artigo
O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais rejeita as declarações da ministra da Justiça sobre as condições para travar as greves na Justiça. António Marçal nega que uma das condições para acabar com as greves, que vigoram desde 24 de maio, esteja relacionada com o desejo de os trabalhadores poderem aposentar-se a partir dos 55 anos de idade, como afirmou à RTP3, na terça-feira, Catarina Sarmento e Castro.
À TSF, António Marçal contesta as contas em relação às progressões na carreira e mostra-se espantado com as palavras da ministra.
"A senhora ministra parou no tempo, porque não há nenhuma exigência para parar as greves ligada à aposentação, muito menos aos 55 anos de idade. Portanto, isso não corresponde à verdade. A senhora ministra também se esqueceu de dizer que está apenas a efetuar uma parte das promoções, isto é, da categoria de ingresso para uma categoria intermédia, porque continua por resolver a questão das promoções. A senhora ministra sabe que tem, inclusive, um acórdão do Tribunal Constitucional referente ao movimento de 2018 que a senhora vai ter que cumprir", explica.
TSF\audio\2023\06\noticias\28\antonio_marcal_1_estupfacto
António Marçal refere que o sindicato nunca se reuniu com a ministra e que Catarina Sarmento e Castro há muito que deixa promessas de que vai resolver os problemas, mas não as cumpre. Ainda assim, o sindicato está disponível para chegar a acordo com o Governo.
"A senhora ministra nunca reuniu connosco a não ser para apresentação de cumprimentos", refere, sublinhando que "a greve termina na hora em que houver, da parte do Governo, a assunção do compromisso de resolver os problemas".
"A ministra anda desde o início a dizer que vai resolver, só que no brevemente da senhora ministra passam-se meses, passam-se semestres e não tarda muito passa um ano sem que nada esteja resolvido", acrescenta.