Ministro da Defesa recusa falar em erro humano como causa do acidente com C-130
José Azeredo Lopes sublinha que em situações limite a hipótese de não correr bem deve ser encarada como natural.
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O ministro da Defesa Nacional recusou que possa concluir-se que foi um "erro humano" a motivar o acidente com um C-130, em julho, considerando que a hipótese de aquele treino específico não correr bem "é natural".
"Eu não posso falar em erro humano, posso falar quando muito num fator humano envolvido no acidente mas em que daí não resulta um qualquer juízo de censura perante o que aconteceu. Estamos a testar situações limite e, nessas situações, a hipótese de não correr bem é uma hipótese que tem que se considerar como natural", afirmou.
José Azeredo Lopes falava aos jornalistas à margem da reunião de ministros da Defesa da NATO, que se iniciou hoje, no quartel-general da Aliança Atlântica, Bruxelas.
Azeredo Lopes sublinhou que "o que foi testado foi uma situação de dificuldade máxima" e considerou que, nessas circunstâncias", dizer que foi "erro humano pressupõe uma atuação aquém do nível de exigência".
"Neste caso não se verificou isso", acrescentou, defendendo que o caso "ajuda de alguma maneira a compreender a condição militar", já que "para que um piloto esteja preparado para atuar em qualquer teatro de operações com aquela aeronave, mesmo na formação e treino, é sujeito a situações limite que pela natureza das coisas pode colocar em risco a sua vida".
Recorde-se que a Força Aérea, contactada pela TSF, explicou que em causa estava uma manobra complexa de risco acrescido e que pode ter havido uma avaliação menos correta da tripulação, o que teve como consequência a perda de controlo da aeronave.
O gabinete de relações publicas da Força Aérea sublinhou que mais não pode adiantar, para além do que está no comunicado, uma vez que o Ministério Público ainda não concluiu o processo.
Um avião C-130 da Esquadra 501 da Força Aérea sofreu, a 11 de julho, um acidente na fase de descolagem da Base Aérea n.º 6, no Montijo, do qual resultaram três mortos e quatro feridos, um deles em estado grave.