Ministro do Ambiente apela à não utilização do descartável apesar da Covid-19
Ministro do Ambiente garante que "não faz sentido" usar descartáveis em nome da segurança e defende "que é preciso agir a montante" para evitar a acumulação de lixo nos aterros.
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O ministro do Ambiente teme "uma nova utilização do descartável" por causa da resposta à pandemia da Covid-19. Durante uma audição na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território por causa dos aterros de Valongo e da Azambuja, João Pedro Matos Fernandes garantiu que "Portugal nunca será o aterro da Europa", mas deixou um apelo à "inibição do descartável" nesta fase, salientando que "a utilização do descartável vai acabar no aterro" e "é preciso agir a montante".
"Eu sei de barbeiros e cabeleireiros que, com a melhor das intenções, abriram as suas portas fornecendo toalhas descartáveis. Sei até que por cima destas puseram uma toalha de turco, que é muito melhor. É óbvio que isto não faz qualquer sentido", referiu o ministro, dizendo também ter notícia de que, "com a abertura de restaurantes, cada vez mais se pretende distribuir louça, copos, talheres descartáveis para que as pessoas se sintam mais confortáveis na utilização desses restaurantes". "Isso não faz qualquer sentido! A louça lavada tem exatamente o mesmo grau de proteção que o descartável", sublinhou diante dos deputados.
Questionado pelos deputados das diferentes bancadas sobre os casos dos aterros de Valongo e Azambuja, João Pedro Matos Fernandes salientou que o governo tem dado resposta à acumulação de lixo em particular nos dois locais apontados. "Detetamos os problemas, apresentamos as soluções. Portugal nunca foi o caixote do lixo da Europa e, com as medidas que tomámos, nunca virá a ser."
"Os aterros são o que são, as imagens não são bonitas e os seus impactos são perturbadores, mas é a realidade. Por isso, se não alterarmos o nosso comportamento, tudo ficará na mesma", avisou.
Reconhecendo atrasos no cumprimento de prazos por causa da pandemia à Covid-19, o ministro adiantou aos deputados que, ainda assim, "todas as inspeções estarão concluídas até ao verão".
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