Apesar disto, o ministro José Pedro Aguiar-Branco está confiante que o protesto dos militares marcado para 12 de Novembro vai decorrer «no respeito da lei e da constituição».
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O ministro da Defesa considerou «legítimo» o protesto dos militares marcado para 12 de Novembro e frisou que estas manifestações são próprias da democracia.
À margem das cerimónias do Dia do Exército, que estão a decorrer em Bragança, José Pedro Aguiar-Branco lembrou que o «protesto em qualquer democracia é legítimo» e que «só nas ditaduras é que há silenciamento».
«O direito à crítica, à manifestação, a ter uma opinião contrária é a essência da democracia desde que se faça no respeito da lei e da constituição como estou confiante que vai acontecer», acrescentou.
O titular da pasta da Defesa lembrou o papel dos militares da instauração da democracia em Portugal e explicou que o sentido de responsabilidade dado ao longo da história está presente neste momento de crise que abrange todos os sectores da sociedade.
«Hoje, mais do que nunca, essa responsabilidade tem de estar bem consciente em todos os portugueses como está também nas Forças Armadas», adiantou Aguiar-Branco.
Por esta razão, o ministro da Defesa está «confiante e tranquilo que elas saberão dar o exemplo do que hoje se exige a todos nós: salvar Portugal».
«A condição para salvar Portugal é ter as nossas contas públicas sãs, porque não sendo uma condição suficiente, é uma condição necessária», sublinhou.
Apesar dos cortes que serão feitos em todos os sectores, Aguiar-Branco aproveitou para garantir que «todas as missões com equilíbrio e que têm de ser desempenhadas com dignidade pela Forças Armadas podem ser feitas».
«Senão estaríamos a pôr em causa a missão das Forças Armadas e elas não estão em causa», concluiu José Pedro Aguiar-Branco.