Moção sem consequências políticas? "Partidos não se devem inibir perante maioria absoluta"
Líder parlamentar da Iniciativa Liberal afirmou na TSF que o objetivo da moção de censura é mostrar ao Governo que não são admissíveis mais polémicas.
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O líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva, reconheceu na TSF que o objetivo da moção de censura é dar um sinal claro ao Governo de que não são admissíveis mais polémicas com membros do Executivo, com esta quinta-feira a trazer notícias de um possível novo caso.
"Poderá não ter uma consequência política prática, mas não quer dizer que os partidos da oposição, quando estão perante uma maioria absoluta, se devam inibir de utilizar as ferramentas que estão ao seu alcance, senão também não faria sentido apresentarem propostas ao longo da legislatura", defendeu à TSF Rodrigo Saraiva.
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Questionado também sobre se a remodelação do Governo irá resolver os problemas do país, o deputado diz que "não vai resolver", até porque "hoje já está a ser noticiado que uma das novas governantes que tomou ontem posse vai estar já sob muita pressão e com poucas condições para estar em funções".
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O parlamento discute esta quinta-feira a moção de censura ao Governo apresentada pela IL, a segunda que este executivo enfrenta, tendo chumbo garantido apesar dos votos a favor dos liberais e Chega e a abstenção de PSD, BE e PAN.
O debate da moção de censura da IL, intitulada "em defesa das instituições e pelo fim da degradação política, económica e social a que o Governo tem conduzido o país", está marcado para as 15h00 e terá duração de mais de três horas, contando com a participação do primeiro-ministro, António Costa.
PS, PCP e Livre vão votar contra esta iniciativa dos liberais, enquanto PSD, BE e PAN anunciaram a abstenção, ficando a IL e o Chega isolados no voto a favor na moção que, desta forma, será rejeitada.
A moção de censura da IL vai ser a segunda que o XXIII Governo constitucional enfrenta desde que iniciou funções, a 30 de março de 2022, depois de ter vencido as eleições legislativas com maioria absoluta, e terá chumbo assegurado pela bancada socialista, tal como a primeira apresentada pelo Chega em julho.