"Exercício de propaganda." Com reparos, Livre vota contra moção de censura ao Governo
O partido deixa vários reparos ao Governo socialista, apesar do voto contra a moção de censura.
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O Livre junta-se ao PS e ao PCP no voto contra a moção de censura, com que a Iniciativa Liberal (IL) coloca à prova o Governo. Embora deixe críticas ao Governo, o partido de Rui Tavares entende que a moção é apenas "um exercício de propaganda" sem apresentar "alternativa governativa".
O partido esteve reunido em assembleia, para decidir o voto de Rui Tavares no final do debate desta quinta-feira. Numa nota enviada aos membros, a que a TSF teve acesso, o Livre defende que, nesta altura, "o país deveria estar focado em soluções concretas para a vida das pessoas, das famílias e das empresas".
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"A moção de censura apresentada pela IL é uma moção inconsequente, que não apresenta alternativa governativa e que se resume a um exercício de propaganda, constituindo um mero manifesto ideológico anti-Estado Social e a anti-esquerda", lê-se na nota.
Além disso, a IL "nem uma linha reservou para a solução governativa a este Governo", numa alusão às próprias palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, que admitiu que "não é claro que surgisse uma alternativa evidente e forte imediata ao que existe" em caso de eleições.
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O Livre deixa, no entanto, vários reparos à governação socialista, "a prova que maioria absoluta não é sinónimo de estabilidade governativa", quando já existem dez demissões em apenas nove meses de Governo.
A saída de Alexandra Reis prova, no entender do partido, que existe "falta de escrutínio" aos governantes, que deveriam "responder a questões da oposição" antes da tomada de posse. O Livre promete avançar com a proposta na revisão constitucional.
"Uma crise nascida da falta de escrutínio que os governantes têm, especialmente em maioria absoluta, não se resolve com exercícios propagandísticos e de marketing, mas com propostas de soluções que evitem que novos casos como o de Alexandra Reis se repitam", acrescentam.
A moção de censura é discutida esta quinta-feira, na Assembleia da República. Além da maioria absoluta do PS, também o PCP vota contra, com o Chega e a IL a votarem a favor. O PSD e o Bloco de Esquerda optam pela abstenção.
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