Montenegro considera que imposto sobre lucros extraordinários "não se justifica" em Portugal
O líder social-democrata desafiou António Costa a dizer o que vai fazer no Conselho Europeu.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, considerou esta quarta-feira que a proposta da Comissão Europeia de taxar os lucros excedentários nos combustíveis fósseis não faz sentido em Portugal.
"Se for de aplicação transversal a toda a União Europeia, nós vamos ter de a compreender, mas eu não mudei de opinião. Em Portugal, e nós somos um dos 27 estados-membros da UE, esse imposto não se justifica e tenho vários argumentos que são específicos do nosso caso", afirmou o presidente social-democrata em declarações aos jornalistas em Viseu, considerando que Portugal já tem impostos a mais.
Nesse sentido, Luís Montenegro questiona se o primeiro-ministro vai defender essa posição. "É preciso que os senhores perguntem a António Costa se ele vai ao Conselho Europeu, perante os primeiros-ministros e chefes de governo dos 27 estados-membros da UE, defender que haja uma diferente aplicação deste princípio consoante o interesse de cada estado-membro, portanto que possa haver aqui também alguma flexibilidade do regime proposto de acordo com aquilo que são os níveis fiscais de cada país", disse.
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E desafia: "António Costa que diga o que é que vai fazer ao Conselho Europeu."
Em relação à saída de Rui Rio da Assembleia da República, Luís Montenegro fiz que respeita a decisão. "Tive ocasião de lhe transmitir o meu desejo de que a vida lhe possa correr bem em todas as dimensões, em tudo aquilo que for a sua intervenção. Naturalmente, como presidente do PSD, não posso deixar de lhe agradecer o serviço que ele prestou ao PSD e à democracia através da sua liderança que foi longa, apesar de tudo. Todos fazemos falta e nós contamos com todos. Neste caso concreto, todos compreendemos a decisão que ele toma", referiu o líder do PSD.
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De volta aos ataques ao Governo, Luís Montenegro voltou a usar a mesma arma dos últimos dias: a saúde. "Aquilo que melhor tem o SNS são os profissionais, porque ao nível dos mecanismos de gestão e resultados estão francamente mal. O Governo precisa de inverter a política e assumir o falhanço da estratégia que culminou com a saída de dois ministros", reiterou.
O presidente do PSD pede que "o Governo possa cumprir os compromissos relativos à construção de equipamentos e reabilitações de alguns espaços hospitalares" e dá exemplos: "Há dois dias estive num local em que estava uma placa que anunciava em 2008 o arranque das obras da autoestrada para ligar Coimbra a Viseu. Estamos em 2022 e esse equipamento não existe. Agora, neste centro hospitalar, há uma placa a anunciar o início de obras em 2017. Estamos em 2022 e isso não existe. Isto é o reflexo de anos de cativações e desinvestimento nos serviços públicos."
E, nesses casos, o líder da oposição acredita que "era o que faltava responsabilizar os presidentes das câmaras municipais que tantas vezes emprestam vários dos seus recursos".