Presidente do PSD encosta o PS às cordas no tema da comissão de inquérito à gestão da TAP, acreditando que o partido vai viabilizar por ser "o primeiro interessado" no esclarecimento púbico. "Combalidos" é o adjetivo que usa para ministros das finanças e da agricultura.
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Se no final da audição de Medina no parlamento o deputado Paulo Rios de Oliveira garantiu que o assunto não ficava encerrado ali, Montenegro vem hoje confirmar que as dúvidas subsistem e aponta para a comissão de inquérito à gestão da TAP que acredita que será viabilizada pelos socialistas.
À saída da reunião do novo Conselho Estratégico Nacional do partido, Luís Montenegro sublinha que, "a menos que persista no erro que tem acumulado nestes nove meses, [o PS] é o primeiro interessado em esclarecer as suas opiniões, as suas posições e as suas decisões".
"O PS, é minha convicção, vai viabilizar a comissão de inquérito à gestão da TAP", diz Luís Montenegro engrossando o coro de vozes que quer uma comissão de inquérito sobre o tema e até porque, nota o líder social-democrata, "continuaram muitas questões por responder" depois da passagem de Medina pelo parlamento.
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Notando que o ministro das finanças está "sem a autoridade necessária para conduzir o ministério", Montenegro junta Maria do Céu Antunes no mesmo saco para concluir que "temos dois ministros combalidos politicamente" e que tal acontece "por responsabilidade própria e por incapacidade de deixar sem equívocos a resposta àquilo que são responsabilidades que pendem sobre eles".
Marcelo? "Fez a leitura política correta"
Sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa que, na sexta-feira, afastou a utilização da "bomba atómica" da dissolução parlamentar, vincando que o país conta com ele "para ter o mesmo comportamento institucional" que teve durante sete anos, Montenegro acredita que a visão é mesmo essa.
Repetindo aquilo que tem vindo a dizer - até na justificação da abstenção do PSD na moção de censura apresentada pela Iniciativa Liberal -, Montenegro destaca que Marcelo faz "a leitura política correta no sentido em que não desconhece que houve eleições há menos de um ano, não desconhece que há condições de governação excecionais - o Governo não tem qualquer dificuldade [institucional] em executar o seu programa - e também reconhece que há imperativos de governação imediatos, que não podem perder tempo".
Nota o líder social-democrata que "o senhor Presidente da República disse e fez um apelo para que o governo governe, cumpra a sua tarefa e que não se distraia mais em enfraquecimentos dos seus protagonistas por culpa própria".
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